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O desafio diário dos profissionais Agentes de Endemias

Uma caminhada solitária, mas com bons resultados

Redação Tribuna

 

O combate contra a proliferação da Dengue pelo território nacional é intenso. São campanhas de conscientização, palestras, visitas a escolas, fumacê, enfim, mas, há um pessoal que está na labuta diária percorrendo áreas centrais das Cidades, perímetros rurais, bairros urbanos, que fazem um trabalho diferenciado diante de toda esta situação, que são os Agentes de Controle de Endemias (ACE) que atuam como mediadores na área de saúde básica e muitas vezes são o principal acesso aos Programas de Saúde, qualidade de vida e prevenção de doenças para as pessoas que estão em comunidades também carentes ou mais afastadas do acesso ao atendimento médico ou de prevenção, isso se dando por meio das visitas que realizam às moradias das famílias ou através das ações municipais.

Um destes profissionais da Endemia é o Rafael Fernandes de Oliveira, que está na função de Agente Comunitário de Endemias desde agosto de 2017 em Santo Antônio da Platina e que, nestes quase sete anos de atividades, foi adquirindo experiências e entendendo tanto o lado do poder público como do cidadão em geral, e, diante de uma campanha, como a que está fortemente acontecendo contra o mosquito Aedes Aegypti, supre a necessidade de informações da população, com orientações importantes.

No município platinense são três equipes de Endemias, cada qual com média de 10 pessoas, e por volta de 26 profissionais caminhando diariamente pela cidade responsáveis por setores. Eles cumprem uma meta de ciclo a cada dois meses, visitando as casas, estabelecimentos comerciais, empresas, todo e qualquer lugar é motivo para estarem atentos aos criadouros do mosquito.

De acordo com a experiência do dia a dia, Rafael disse à reportagem da Tribuna, quando de sua visita para vistoria no prédio, que a maioria das larvas encontradas estão nas casas, em recipientes onde se acumula água, como vasos, locais de armazenamento de água que seria utilizada para aguar plantas, lavar calçadas e que, por um descuido ou falta de orientação, não estão cobertas e, com isso, tornam-se locais propícios para que a larva do mosquito se desenvolva. Embora se afirma que os terrenos baldios podem conter recipientes de criadouros, eles são vistoriados, mas, não são os principais locais, mas, sim, as residências.

Também é constatado pelas equipes de Endemia platinense acúmulo de água em pneus, brinquedos de crianças que ficam espelhados pelos quintais e ressaltou ele que “o pernilongo bota o ovo em local seco e este é de extrema resistência podendo suportar em um recipiente, sem ter entrado em contato com a água, até 400 dias, por isso a população precisa estar atenta aos cuidados com possíveis criadouros, porque assim que estes ovos tiverem contato com a água de chuva, por exemplo, vão brotar”.

No verão a larva leva de 8 a 10 dias para chegar à fase adulta e, no inverno até 20 dias, devido à temperatura da água. Rafael Oliveira ainda chamou a atenção para as etapas de desenvolvimento do mosquito da dengue que vão do ovo, larva, pupa (estágio intermediário entre a larva e o desenvolvido) e o adulto. Também mencionou que o mosquito da Dengue tem uma coloração mais escura com pintas clarinhas e age mais no período diurno.

Por fim, o Agende de Endemia disse que pessoas podem ser picadas mesmo não tendo criadouro em suas residências ou locais de trabalho, basta que este criadouro esteja até uns 200 metros do local, já é suficiente para se estar atento.

A rotina mais intensa dos Agentes se dá com vistorias quinzenais em locais de incidência de depósitos, como borracharias, espaços em que há carros mais velhos expostos ao tempo, cemitérios, onde por mais que já saiba e há legislação que proíba, ainda há pessoas que levam vasos plásticos com flores e deixam nos túmulos, daí os profissionais tendo que estar atentos à retirada frequente de água acumulada.

Uma necessidade dos Agentes de Endemias é que estejam também protegidos, daí a necessidade da Secretaria Municipal de Saúde e Prefeitura estarem disponibilizando luvas e repelentes, materiais imprescindíveis à disposição para o trabalho diário.

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