Política

12 anos depois: Alexandre Curi retoma plano de chegar ao centro do poder

Neto de Aníbal Khoury se livra de processos e agora pretende disputar o poder na Assembleia e nas eleições de 2026

Alexandre Curi: de volta ao centro do poder. Foto: Dálie Felberg/Alep

Por Rogerio Galindo – Plural Curitiba

Doze anos depois de ter ocupado pela última vez um cargo de direção na Assembleia e de ter enfrentado uma série de denúncias gravíssimas, Alexandre Curi (PSD) parece achar que é hora de dar novos passos em sua trajetória política. Nos últimos quatro meses, se tornou o deputado mais votado do estado, articulou sua volta à primeira-secretaria da Assembleia e foi o grande vitorioso nas eleições internas na Câmara de Curitiba.

Desde a publicação das reportagens sobre os Diários Secretos, em 2010, Curi teve interrompida sua ascensão. Neto do grande cacique político da geração anterior, Aníbal Khoury, sempre se soube que ele seria o herdeiro político do avô. Visto como articulador habilidoso, chegou muito cedo ao centro do poder.

Nos 12 anos entre as denúncias na Assembleia (um caso multimilionário que envolveria a contratação de fantasmas, desvio de dinheiro e a publicação de Diário Oficiais falsos durante a gestão dele e de Nelson Justus), Curi se manteve nos bastidores. Foi sempre próximo de todos os governadores. Tinha livre acesso ao gabinete de Beto Richa, assim como hoje também transita com facilidade no governo de Ratinho.

Mas só agora, depois de ter se livrado de todos os processos, resolveu retomar o projeto interrompido. O primeiro passo foi conseguir uma votação ainda mais alta do que o normal na Assembleia. Curi apostou alto e chegou aonde queria: foi o mais votado dentre os 54 eleitos. Curiosidade: um de seus cabos eleitorais foi o vereador Marcelo Fachinello (PSC), que meses depois ele decidiria apoiar como candidato à presidência da Câmara.

Em seguida, Curi começou a articular sua volta à Mesa Diretora. Tudo dependia de um julgamento do STF sobre o número de reeleições possíveis para um presidente de Legislativo. Se a decisão fosse contrária a Ademar Traiano (PSD), seria ele o candidato a presidente. Como Traiano conseguiu direito a mais uma reeleição, Curi entra na chapa como primeiro-secretário, deixando para Romanelli (PSD) apenas a opção da CCJ.

Mas já há uma espécie de acordo tácito que Alexandre Curi será o próximo candidato a presidente do grupo, em 2024. A ideia é que Traiano inverta de posição com ele, passando para a primeira-secretaria. Curi retomaria assim o posto que foi da família por cinco vezes no período de seu avô.

Mas não para por aí. Com Fachinello de parceiro e uma grande influência sobre a dupla Rafael Greca (PSD) e Eduardo Pimentel (PSD), Curi deve ter grande influência na eleição municipal. E não esconde de ninguém que quer disputar pela primeira vez uma majoritária em 2026, seja como candidato ao Senado ou a vice-governador

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