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As condições climáticas têm refletido nas produções agrícolas de praticamente todo o País, e no Paraná também reduziram o potencial. Mesmo assim, em algumas culturas, como no feijão, a expectativa é de produção superior à da safra anterior. A divulgação da Previsão Subjetiva de Safra (PSS) pelo Departamento de Economia Rural (Deral) no dia 29 de maio, apontou previsão de 39,9 milhões de toneladas, volume 13% menor que as 45,9 milhões de toneladas do ciclo anterior.
O feijão, importante cultura do período no Paraná, teve aumento de área na segunda safra, passando de 294,7 mil hectares no ciclo 2022/23, para 402,9 mil hectares agora, ocupando basicamente área do trigo. No entanto, de 800 mil toneladas projetadas inicialmente, agora estima-se que sejam colhidas 646 mil toneladas. Mas apesar da queda no potencial, a produção deve ser superior em 34% relativamente ao ciclo anterior, quando foram colhidas 481 mil toneladas na segunda safra.
Com isso, o total produzido de feijão no Estado será de 818 mil toneladas. “Essa grande oferta momentânea de produção pressiona os preços recebidos pelo produtor, que vem recuando desde março, no início da colheita”, afirmou o analista da cultura no Deral, Carlos Hugo Godinho. “Isso também se reflete no mercado atacadista e varejista, sendo que no varejo os preços estão no patamar mais baixo deste ano, tanto para o feijão preto quanto para o carioca”.
MILHO – No caso da segunda safra de milho, que ainda está no campo, a previsão inicial era de que se pudesse colher 14,7 milhões de toneladas. No entanto, a nova estimativa aponta para 13,2 milhões de toneladas. A colheita, que normalmente iniciava em junho, já está em andamento com 4% dos 2,4 milhões de hectares retirados do campo.
“As consequências do calor bastante forte do início do ciclo devem ser observadas à medida que a colheita for evoluindo, com tendência de queda na produção”, ponderou Edmar Gervásio, analista da cultura no departamento, que faz parte da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento. Do que está em campo, cerca de 51% podem ser considerados em condições boas, 32%, médias e 17% em situação ruim. “Isso é um indicativo de produção menor”, disse Gervásio.
O milho foi plantado mais cedo em razão da antecipação na cultura da soja, e ocupa parte do espaço daquela. No caso da oleaginosa, a colheita já encerrou com produção de aproximadamente 18,4 milhões de toneladas. A partir deste domingo (02) inicia-se o período de vazio sanitário com proibição de qualquer planta emergida de soja nas regiões Oeste, Centro-Oeste, Noroeste e Norte do Paraná durante 90 dias. O Sudoeste tem o período iniciado em 22 de junho, enquanto o restante do Estado, a partir de 21 de junho.
TRIGO – A expectativa para o trigo continua de alta, com previsão de se colher 3,8 milhões de toneladas, ultrapassando em 4% os 3,6 milhões de toneladas da safra 2022/23, ainda que a área possa diminuir de 1,42 milhão de hectares para 1,12 milhão de hectares (21% a menos). Por enquanto foram plantados 59% da área e o desenvolvimento é bom para 82% das sementes que já estão a campo. “Deve evoluir bastante na próxima semana”, prevê Godinho.