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A neurociência e os mistérios das emoções humanas

As emoções são um dos aspectos mais característicos dos seres humanos, os diferenciando dos animais, no entanto, ainda é preciso muitos avanços para que elas sejam plenamente compreendidas pela ciência.

O ser humano é um ser bastante complexo, seu cérebro, um dos órgãos mais fascinantes do seu corpo, é alvo de diversos estudos para compreender seu funcionamento, no entanto, ainda há muito a ser descoberto sobre suas habilidades, uma das mais intrigantes é a formação das emoções.

Alegria, tristeza, amor e etc., quais segredos envolvem os aspectos biológicos que resultam nas mais diversas emoções humanas?

É sobre essas questões que se debruça o artigo “A neurociência do cérebro e as emoções” escrito pelo PhD em neurociências Dr. Fabiano de Abreu Agrela em parceria com um time de especialistas.

“A necessidade de compreender como o cérebro humano expressa alegria, tristeza, expressões de medo, desgosto ou satisfação, definindo quem o indivíduo é para si e para os outros, é o que norteia os estudos neurocientíficos. [..] Nenhum aspecto da mente humana é fácil de investigar, e para aqueles que precisam entender os fundamentos biológicos da mente humana, a consciência é unanimemente considerada o assunto primordial, embora sua definição possa variar entre os estudiosos”.

As emoções e os estímulos externos

Ainda de acordo com o estudo, as emoções podem não ser um processo exclusivamente formado por aspectos internos do indivíduo, estímulos externos como músicas e filmes exercem influência sobre a formação dos sentimentos.

“A emoção humana em seu refinamento é desencadeada até mesmo por uma música ou um filme, cujo poder não deve ser subestimado. O ser humano expressa suas emoções e sentimentos, observando o hábito de expressar suas emoções e sentimentos por aquilo que valoriza ou deseja. Uma pessoa só tem sentimentos de emoção pelo que considera importante” destaca o artigo que ressalta ainda, que apesar dos fatores externos estimularem determinadas emoções, a sua formação é essencialmente interna.

“A emoção começa de dentro para fora e é um impacto que ocorre na mente, gerando sentimentos que geram consciência […] É a conjunção desses fatos que se transforma em emoções e essa capacidade emocional pode ser separada da melhor ou da pior maneira possível”.

Homens e mulheres: Emoções se expressam de forma diferente

Há ainda uma diferenciação da forma com que as emoções se expressam em cada sexo, de acordo com o artigo, as mulheres sentem as sensações de uma forma mais acentuada que os homens, que normalmente são mais racionais mesmo sob a influência de determinados sentimentos.

Entretanto, existe um debate sobre as razões pelas quais ocorre essa diferenciação, alguns especialistas afirmam que ela ocorre devido a fatores biológicos, já outros defendem que ela é apenas uma construção social baseada no contexto de cada pessoa.

“Observa-se que as emoções e sentimentos se apresentam de forma diferente entre homens e mulheres. As expressões que uma mulher faz diante de uma determinada emoção em comparação com a de um homem, percebe-se essa diferenciação. Diferentemente dos homens, as mulheres são mais intensas e, por isso, diante de uma emoção, suas expressões são muito ma
is emocionais. As mulheres são mais intensas, porém, os homens parecem ser um pouco mais racionais e equilibrados diante de certas emoções, e não expressam tanto carinho ou expressões faciais”.

“É interessante notar que essa diferença na expressividade das emoções é percebida desde a infância. Ao comparar crianças de 4 anos, essa diferença pode ser identificada observando o nível de expressão facial em meninas e meninos. Alguns autores sustentam que essa diferença se deve ao gene biológico inato e outros sustentam que são apenas diferença
s que são vistas nas demandas do contexto social dos papéis”.

Papel das emoções no desenvolvimento de doenças mentais

Os aspectos emocionais não são exclusivamente positivos, pois elas desempenham um papel crucial para o desenvolvimento de doenças mentais que, em sua maioria, iniciam com um quadro de desequilíbrio emocional.

Esses quadros podem dar ênfase a sentimentos negativos que, em excesso, podem gerar disfunções mentais.

“Entende-se que a maioria dos problemas mentais começa com extremos ou desequilíbrios emocionais e que o ser humano é suscetível a todos os tipos de emoções”.

“Emoções positivas como alegria, felicidade, bem-estar, satisfação, promovidas pelo lazer, são muito boas para o cérebro, no entanto, emoções negativas, tristeza, agonia, raiva, nervosismo intenso, insônia, ansiedade, preocupação, diante de tragédias e morte, geram esgotamento e transtornos mentais, muitas vezes irreversíveis, e é fundamental que o
s estudos neurocientíficos avancem nessa direção”.

“É necessário compreender as emoções, principalmente para que o tratamento dos transtornos mentais possa ser desenvolvido com precisão e que as terapias possam ser eficazes contra os problemas que envolvem as emoções humanas”.

Apesar dos diversos estudos já realizados e que nos permitiram algum conhecimento sobre a formação e o papel das emoções, ainda é necessário que os estudos nessa área sejam mais aprofundados pois ainda existem diversos “mistérios” envolvendo os sentimentos humanos.

Sobre o Prof. Dr. Fabiano de Abreu

Dr. Fabiano de Abreu Agrela, é um PhD em neurociências, mestre em psicologia, licenciado em biologia e história; também tecnólogo em antropologia com várias formações nacionais e internacionais em neurociências. É diretor do Centro de Pesquisas e Análises Heráclito (CPAH), Cientista no Hospital Universitário Martin Dockweiler, Chefe do Departamento de Ciências e Tecnologia da Logos University International, Membro ativo da Redilat – La Red de Investigadores Latino-americanos, do comitê científico da Ciência Latina, da Society for Neuroscience, maior sociedade de neurociências do mundo nos Estados Unidos e professor nas universidades; de medicina da UDABOL na Bolívia, Escuela Europea de Negócios na Espanha, FABIC do Brasil, investigador cientista na Universidad Santander de México e membro-sócio da APBE – Associação Portuguesa de Biologia Evolutiva.

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