MEIO AMBIENE – FAUNA

Ave encontrada com a asa quebrada em um sítio de Nova Santa Rosa, no Oeste do Paraná, tinha anilha que revelou o percurso desde o estado de Maryland, nos Estados Unidos, até o Paraná. O animal foi levado para a clínica veterinária da Universidade Federal do Paraná (UFPR) em Palotina, onde permanece sob tratamento.
AEN
Falcão peregrino resgatado ferido pelo IAT em Nova Santa Rosa, no Oeste do Paraná, tinha anilha que mostra a origem do animal- a cidade de Ocean City- no estado de Maryland, nos EUA, a 7,3 mil quilômetros de distância
O Instituto Água e Terra (IAT) ajudou a resgatar o falcão peregrino (Falco peregrinus) ferido A ave foi avistada com a asa quebrada pelo proprietário do imóvel, que acionou a Prefeitura do município e o órgão ambiental para que prestassem os cuidados necessários.



O animal foi encaminhado na semana passada para a clínica veterinária da Universidade Federal do Paraná (UFPR) em Palotina, onde permanece sob tratamento antes da avaliação que vai definir se poderá retornar à natureza. A anilha encontrada na ave também revelou que o falcão é originário de Ocean City, cidade do Estado de Maryland, nos Estados Unidos, e viajou 7.300 quilômetros até chegar ao Paraná.
“Essa ação é um retorno muito positivo tanto em relação à colaboração com os municípios em resgates de fauna silvestre quanto para a eficiência da divulgação sobre os cuidados com a fauna, já que o proprietário sabia exatamente quem contatar para realizar a destinação adequada da ave. Fizemos um trabalho rápido e eficiente em uma situação em que o tempo é crucial. Agora, após o tratamento, vamos ver se conseguiremos devolver a ave à natureza”, explica o chefe do escritório regional do IAT em Toledo, Luiz Henrique Fiorucci, um dos coordenadores do resgate.
“É uma prova de que o sistema de amparo à fauna está funcionando no Estado, demonstrando que a população se sensibilizou e soube ajudar no resgate do animal, algo que ajuda muito na preservação da fauna silvestre”, destaca o professor da UFPR Anderson Luiz de Carvalho, responsável pelo tratamento do falcão.
Segundo ele, a ave ter vindo de tão longe não é algo incomum, já que a espécie costuma migrar para a América do Sul durante o inverno no Hemisfério Norte em busca de alimento. No entanto, ressalta, a anilha (identificação) presente no animal é algo que chama a atenção.
“Esses animais costumam fazer ninhos em locais montanhosos, de difícil acesso para os pesquisadores fazerem o anilhamento, e por isso resgatar um que foi anilhado no ninho é muito importante. Por reunirem várias informações sobre as aves, as anilhas são essenciais para a conservação dos animais, e o resgate desse falcão é algo que foi recebido com muita alegria pelos pesquisadores dos Estados Unidos”, acrescenta o professor.
O Falco peregrinus é uma ave com ocorrência no mundo todo. Costuma medir entre 34 e 58 centímetros de comprimento, com uma envergadura de asas de 74-120 centímetros e peso de 330-1000 gramas (macho) e 700-1500 gramas (fêmea). Possui plumagem com tons de cinzento-azulado no dorso e asas, cabeça preta-cinza com “bigode” escuro e queixo branco, bico escuro com base amarela e patas amarelas com garras pretas riscada de negro na zona ventral.
É um caçador solitário, que se alimenta de aves, morcegos, pequenos mamíferos e ocasionalmente peixes e insetos.
O falcão é a ave mais rápida do mundo, podendo atingir 320 km/h em um mergulho. Essa velocidade é próxima a de um carro de Fórmula 1.
DENUNCIE – Ao avistar animais fora do habitat natural, machucados ou vítimas de maus-tratos, tráfico ilegal ou cativeiro irregular, o cidadão deve entrar em contato com a Ouvidoria do Instituto Água e Terra ou da Polícia Militar do Paraná.
Se preferir, outra opção é ligar para o Disque Denúncia 181 e informar de forma objetiva e precisa a localização e o que aconteceu com o animal. Quanto mais detalhes sobre a ocorrência, melhor será a apuração dos fatos e mais rapidamente as equipes conseguem fazer o atendimento.
Prefeitura de Nova Santa Rosa
Foto: IAT