Assessoria
A coleta e a destinação correta de materiais recicláveis descartados pela Itaipu Binacional poderão ser feitas por novas associações e cooperativas de catadores de Foz do Iguaçu (PR). O edital de habilitação para seleção das entidades será publicado nesta sexta-feira (1º de novembro) no site da empresa (https://portaldofornecedor.itaipu.gov.br/).
Atualmente, apenas a Cooperativa dos Agentes Ambientais de Foz do Iguaçu (Coafi) pode fazer a coleta. A mudança atende a legislação vigente, em especial, o Decreto Federal 10.936/22, que regulamenta a Política Nacional de Resíduos Sólidos e exige a inclusão alternada de todas as cooperativas formais instaladas nos municípios.
O processo é coordenado pelas equipes técnicas do Departamento de Obras e Manutenção, da Divisão de Serviços e da Divisão de Ação Ambiental, vinculados à Diretoria de Coordenação. A expectativa é que a seleção seja concluída até o final do ano, com a formalização dos acordos de cooperação em janeiro de 2025.
Para participar, as entidades devem cumprir alguns requisitos, como não ter fins lucrativos, dispor de infraestrutura física para armazenamento de resíduos, contar com sistema de rateio entre os associados e cooperados, estar cadastradas em órgãos nacionais de controle e no Cadastro de Fornecedores da própria Itaipu.
As cooperativas e associações selecionadas poderão retirar os resíduos na Central de Triagem da usina uma vez por semana, em sistema de rodízio. O material estará acondicionado em fardos de 200 quilos.
De acordo com dados da Diretoria de Coordenação, mensalmente, são gerados entre 3,6 mil quilos e 4,7 mil quilos de resíduos na Itaipu, considerando materiais como papel branco, papelão, papel colorido, garrafas pet, plásticos, entre outros. Os números são estimativas e podem sofrer alteração.
Apoio aos catadores
Além de promover a coleta seletiva dentro da própria empresa, a Itaipu incentiva há mais de duas décadas a formação de associações e cooperativas de catadores nos 55 municípios dentro da sua área de influência, no Oeste do Paraná, e a instalação de Unidades de Valorização de Recicláveis (UVR).
Atualmente, são cerca de 65 grupos formalizados, que geram mais de mil empregos diretos e em torno de 2,4 mil toneladas de material reciclado mensalmente. A renda média dos trabalhadores do segmento é de aproximadamente R$ 1,8 mil mensais, bem acima de outras regiões.
As UVRs instaladas com o apoio de Itaipu contam com maquinário para operação, como caminhão de coleta, esteiras e empilhadeiras, e infraestruturas adequadas ao bem-estar dos trabalhadores, com vestiários e refeitório.
Com a ampliação da área de atuação da empresa para todos os municípios do Paraná e parte do Mato Grosso do Sul, dentro do programa Itaipu Mais que Energia, a Itaipu lançou neste ano o projeto Expansão das Unidades de Valorização de Resíduos Sólidos, o Coleta Mais, com o objetivo de levar a coleta seletiva para mais 50 municípios.
A ação é resultado de uma parceria entre a Itaipu, o Itaipu Parquetec e o Consórcio Intermunicipal de Saneamento Ambiental do Paraná (Cispar), com investimentos de R$ 118 milhões da Binacional.
Além da capacitação, o projeto inclui apoio para a elaboração do plano operacional das URVs; monitoramento de indicadores; e estruturação física das unidades, com investimentos em infraestrutura e equipamentos – como prensas, esteiras, balanças digitais e caminhões para coleta.
Fotos da Central de Triagem da Itaipu. Crédito: Rubens Fraulini/Itaipu Binacional