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HOMENAGEM – Um ano sem Benedito Francisquini

 

 

Redação Tribuna do Vale

 

Um começo de noite frio. Familiares e amigos que estavam no Hospital Regional de Santo Antônio da Platina foram os primeiros a saber, e assim comunicar a notícia que em poucos minutos seria manchete em todo o Paraná: em 10 de outubro de 2023 morria o jornalista Benedito Francisquini.

Mais que o fundador e proprietário da Tribuna do Vale, um verdadeiro ícone do jornalismo e um dos nomes mais respeitados do segmento em todo o Estado, com uma trajetória de décadas dedicadas à informação em sua mais pura essência.

Há um ano, porém, Benedito Francisquini, em si, se tornava notícia – aquela que tantos outros jornalistas produziram com enorme pesar pela partida de alguém que era tido como um mestre na arte de informar.

O quadro clínico era grave. As últimas notícias, passadas pelo filho Luigi Francisquini a centenas de pessoas que aflitos acompanhavam toda a situação, eram de que o caso ficava cada vez mais crítico.

Assim, após alguns dias de internação no Hospital Regional e uma árdua luta pela vida, o prognóstico que tantos temiam se confirmou: Benedito Francisquini falecia aos 65 anos de idade, vítima de uma insuficiência cardíaca e respiratória, agravados ainda por uma infecção generalizada.

 

HISTÓRIA

O menino da zona rural de Cambará que chegou a ir para o seminário para ser padre e acabou passando em medicina na UEL (Universidade Estadual de Londrina) encontrou mesmo a paixão no jornalismo.

Depois de jornalista formado, pela mesma UEL, começou a atuar no ramo com a assessoria de comunicação em cooperativas de produtores rurais, de volta ao Norte Pioneiro. Mas o texto refinado e o talento na arte de se comunicar logo chamariam a atenção de grandes meios de comunicação do Estado.

Foi correspondente da Folha de Londrina, da Gazeta do Povo e do Estado do Paraná. Mas Francisquini era aquilo que pode se classificar de “inquieto”. Buscava mais. E em 1995 realizava um sonho com a abertura do jornal Tribuna do Vale.

 

LEGADO

Inicialmente de periodicidade mensal, o jornal logo cresceria para se tornar o primeiro diário em toda a região. Mais que a circulação, porém, o impresso se destacaria em âmbito estadual por ser um defensor incansável de causas de interesse público do Norte Pioneiro.

A Tribuna do Vale, com uma linha editorial conduzida com maestria por Francisquini, em nenhum momento teve medo de enfrentar políticos e poderosos mediante a injustiças. Deu voz a quem não tinha, e deu força a causas que jamais teriam condições próprias de se provarem importantes.

O jornal fez com que lutas do Norte Pioneiro repercutissem em nível estadual. Criticou sem pudor quando os problemas não eram resolvidos por aqueles que tinham a prerrogativa de o fazer. Incentivou debates, cobrou soluções, denunciou casos de corrupção.

Claro que em um cenário desses, não foram as inimizades. Mas insignificantes se comparadas ao bem maior buscado pelo jornal, que sempre foi o progresso da região.

Hoje, ainda que sem a presença única, a voz marcante e o talento irrestrito de Francisquini, o jornal se mantém em pé, como gostaria aquele que o fundou quase 30 anos atrás.

 

SAUDADE

Sempre será impossível dissociar a Tribuna do Vale de Benedito Francisquini. Contudo, o nome do jornalista estará sempre veiculado em tantos causos e histórias contadas e/ou vividas pelo próprio, muito além do âmbito profissional.

Entre os amigos e colegas do meio é muito comum citações a passagens e memórias sempre muito vivas de Benedito Francisquini. As brigas, os conselhos, os aprendizados.

Quem conviveu com ele sabe exatamente do que se trata. Seu antigo computador pode estar aposentado, seu antigo celular pode estar desligado. As memórias, porém, estarão sempre vivas dentro de cada um que teve o prazer de conhecer o ser humano por trás do jornalista.

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