Da Redação
A campanha eleitoral para a Prefeitura de Pinhalão, no estado do Paraná, está sob forte suspeita de corrupção e abuso de poder econômico. Luiz Eduardo de Castro Vanzelli, candidato pelo partido União Brasil, e Mauro Bravo Baena, aliado de sua campanha, são os principais alvos de uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) que tramita na 19ª Zona Eleitoral de Tomazina. O processo acusa Baena, que deveria estar cumprindo expediente na Secretaria de Estado da Justiça e Cidadania (SEJU), de passar os dias no comitê de campanha de Vanzelli, caracterizando um claro desvio de função e uso indevido de recursos públicos.
Deveria exercer função em Curitiba
Nomeado recentemente para um cargo comissionado na SEJU, Baena deveria exercer suas funções em Curitiba. No entanto, a investigação revela que ele não sai de Pinhalão. Em vez de trabalhar na capital, onde está oficialmente lotado, Baena passa seus dias no comitê eleitoral de Vanzelli, participando ativamente da campanha. Fotos, vídeos e documentos anexados ao processo comprovam sua presença constante no comitê, o que sugere um esquema de corrupção envolvendo a utilização de seu salário público para financiar a campanha de Vanzelli.
Suspeita de “rachadinha”
O salário de R$ 3.720,08 que Baena recebe mensalmente deveria ser destinado ao desempenho de suas funções na Secretaria de Justiça. Contudo, a denúncia aponta que esse valor está sendo utilizado para bancar atividades eleitorais, configurando a prática de “rachadinha” – quando parte do salário de um servidor é desviada para outro fim, geralmente para benefício pessoal ou de terceiros. No caso, a verba estaria sendo aplicada diretamente na campanha de Vanzelli, o que desequilibra a disputa e fere a igualdade entre os candidatos.
Luiz Eduardo de Castro Vanzelli, que se apresenta como empresário local e tenta se afastar da imagem de político tradicional, está no centro de um dos maiores escândalos eleitorais da região. A investigação não só o coloca como beneficiário de um esquema fraudulento, mas também aponta para um conluio entre ele, Baena, e figuras políticas de relevância no estado, incluindo o deputado estadual responsável pela nomeação de Vanzelli em cargos públicos anteriores.
Regras eleitorais
Além disso, o processo expõe uma série de irregularidades no uso de servidores públicos em favor da campanha de Vanzelli, violando a legislação eleitoral. A presença de Baena no comitê, enquanto deveria estar trabalhando em Curitiba, é uma afronta às regras eleitorais e à moralidade pública. O uso de dinheiro público para bancar uma campanha não só é ilegal, mas também configura
abuso de poder político e econômico, o que pode resultar na cassação da candidatura de Vanzelli e na inelegibilidade de ambos por até oito anos.
A ação pede a quebra dos sigilos bancário e fiscal de Vanzelli e Baena para comprovar o fluxo financeiro entre os dois e a utilização indevida dos recursos públicos. A Justiça Eleitoral, agora, terá a tarefa de julgar um esquema que, se comprovado, poderá resultar em graves sanções para o candidato e seu aliado.
Em meio às eleições, a presença de Mauro Baena em Pinhalão é um sinal claro de que algo está errado. Mesmo lotado em Curitiba, ele segue trabalhando para Vanzelli, e não para o estado, como deveria. O desvio de função é flagrante e o impacto financeiro dessa manobra pode ser determinante para desequilibrar o pleito em favor de Vanzelli, afetando diretamente a justiça do processo eleitoral.
Se confirmadas as acusações, a campanha de Luiz Eduardo de Castro Vanzelli pode ser interrompida de forma definitiva, e sua tentativa de se reeleger pode cair por terra, manchada por um esquema que escancara o uso indevido de recursos públicos e a corrupção eleitoral. A Justiça Eleitoral está diante de um caso que pode influenciar diretamente o resultado das eleições municipais de Pinhalão, com repercussões que vão além do município, atingindo a credibilidade de figuras públicas de todo o estado.