PROTEÇÃO
ALEP
O coordenador da Frente Parlamentar da Medicina e Odontologia, deputado Ney Leprevost (União Brasil), em conjunto com a Sociedade Paranaense de Pediatria, promoveu, nesta quarta-feira (13), no Auditório Legislativo da Assembleia Legislativa a mesa redonda com o tema: “Cenário da Prematuridade no Paraná e Principais Desafios no Cuidado à Saúde dos Prematuros”.
Novembro Roxo
O evento compõe as atividades do Novembro Roxo, mês internacional de sensibilização para a causa da prematuridade. Já em 2015 o deputo Leprevost propôs e aprovou a Lei estadual nº 18.462/2015 que instituiu o “Dia de Conscientização sobre a Saúde do Prematuro”, comemorado sempre em 17 de novembro. A data marca o início das campanhas periódicas anuais de conscientização sobre a saúde do prematuro. O slogan da campanha deste ano de 2024 é: “Acesso a cuidados maternos e neonatais de qualidade em todos os lugares! ”O coordenador da Frente Parlamentar da Medicina e Odontologia, deputado Ney Leprevost (União Brasil), comentou a respeito da proposição da mesa redonda. “A prematuridade hoje no Brasil é a principal causa de óbitos em crianças menores de 5 anos de idade, e infelizmente, também, muitas gestantes perdem a vida por causa da prematuridade. Por isso, estamos fazendo uma mesa redonda aqui a pedido das instituições que representam a pediatria no estado do Paraná, para divulgar e conscientizar a população sobre essa questão e também para recolher ideias de projetos que nós iremos protocolar aqui na Assembleia Legislativa, possibilitando que as pessoas possam ter um tratamento adequado e de maior qualidade para, justamente, evitar o falecimento de crianças e de gestantes”.
Relatos
A senhora Ágata Bertoli é mãe do Lourenço que nasceu prematuro de 23 semanas com 1,680kgs e contou sobre as dificuldades vivenciadas. “Meu filho nasceu prematuro no meio da Pandemia. Ficamos mais de um mês na UTI. Teve algumas intercorrências nesse período, e eu estou aqui representando todas as mães para dizer que uma dá força para a outra, através das incubadoras, os olhares que nos acalmam, aquele abraço de mãe, o afeto que a gente não pode ter da nossa família, porque não puderam estar presentes nesse momento. Foi complicado durante a Pandemia, estava todo mundo se adaptando. No início, as avós podiam visitar, o pai também podia estar presente, daí passou alguns dias, era só eu que podia estar presente, então eu tinha que entrar às sete da manhã na UTI Neonatal e permanecer até as sete e meia sem circular pelo hospital”.
“Tudo foi uma adaptação que não tinha espaço para as mães, não tinha lugar para descansar, mesmo após a cesariana, tive que permanecer sentada na poltrona, fazer extração do leite a cada três horas, foi complicado. Eu acho que a precisamos de mais humanização com as mães de prematuros, mais acolhimento, ter um espaço para que as mães possam tomar um banho, fazer um descanso, as próprias refeições, porque a maioria das vezes a gente se muda para o hospital e não consegue voltar para casa. Tem também a questão das vacinas, é preciso ser mais viável para os prematuros”, completou a senhora Ágata Bertoli.
Especialistas
Para o instrutor do Curso de Reanimação Neonatal e membro do Departamento de Neonatologia da Sociedade Paranaense de Pediatria e chefe da UTI do Hospital do Trabalhador, doutor Carlos Frederico Oldenburg Neto, “o principal é que a possamos fazer um tripé de treinamento de profissionais, de humanização e de incorporação de tecnologia, estas três coisas precisam andar junto. Temos que treinar as equipes e prepará-las para que possam fazer um atendimento eficaz. Mas temos de trazer a família, é central o cuidado da família, para que ela possa participar junto de tudo isso. A família não é uma visita, a família é uma parte fundamental desse processo. Por outro lado, também procurar incorporar as novas tecnologias que permitam termos um prognóstico, um resultado melhor”.
Assistência
“Temos cada vez mais prematuros. O Paraná tem bons resultados, tem uma boa rede de assistência já montada, tem resultados bons em termos de mortalidade infantil, mas é justamente em cima desse nome prematuro que a gente precisa caminhar, porque se queremos reduzir a mortalidade infantil, temos que reduzir a mortalidade neonatal. Ela responde hoje por 70% ou mais da mortalidade das crianças abaixo de um ano”, concluiu o doutor Carlos Frederico.
Neuro
Já a presidente do Departamento de Neonatologia da Sociedade Paranaense de Pediatria, doutora Cristina Terumy Okamoto, “o prematuro por si só já é um desafio. Nascer prematuro é um problema de atenção primária e saúde, começa no pré-natal, por isso precisamos de um pré-natal melhor para podermos evitar que tenhamos tantas crianças prematuras. Esse é o desafio. O segundo desafio é a tecnologia. Precisamos de mais tecnologia dentro das nossas unidades e de mais profissionais capacitados para usá-la. É um atendimento de equipe multidisciplinar. Precisamos voltar os nossos olhos para o prematuro, porque ele representa uma taxa alta da mortalidade infantil de 0 a 5 anos. Precisamos realmente voltar os olhos para o prematuro”.