CONGRESSO EM FOCO
Os irmãos Oseney da Costa de Oliveira e Amarildo da Costa Oliveira, conhecido como Pelado, confessaram, nesta quarta-feira (15), o assassinato do indigenista Bruno Araújo Pereira, servidor público licenciado da Fundação Nacional do Índio (Funai), e do jornalista inglês Dom Phillips. Fontes da Polícia Federal ouvidas pelo Congresso em Foco afirmam que os dois, além de confessarem, indicaram o local do crime.
De acordo com a PF, Oseney, também conhecido como Dos Santos, foi preso temporariamente nesta terça-feira (14). Já Amarildo está preso desde o dia 7. O portal G1 informou que, até esta quarta-feira (15), nove pessoas foram ouvidas pela PF, incluindo Josenete, mulher de Amarildo. Ela prestou depoimento na última sexta-feira (10) acompanhada de um advogado e não quis falar sobre os desaparecidos.
A PF ainda não se manifestou oficialmente sobre a confissão dos irmãos.
Bruno e Dom estavam se deslocando da Comunidade São Rafael até Atalaia do Norte, no Amazonas, mas não chegaram ao destino. O deslocamento era calculado em duas horas. A União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja) iniciou a mobilização de busca pelos dois assim que o desaparecimento foi divulgado. Bruno era alvo constante de ameaças de madeireiros, garimpeiros e pescadores.
Dom Phillips era colaborador do jornal britânico The Guardian e estava trabalhando em um livro sobre a Floresta Amazônica e o meio ambiente. Ele era casado com uma brasileira, morava em Salvador e trabalhava como correspondente no Brasil há 15 anos. Ele também tinha participação ativa em projetos sociais na capital baiana.
Bolsonaro: Dom Phillips era “malvisto” por produzir matérias
O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a associar o desaparecimento dos ativistas Bruno Pereira e de Dom Phillips ao descuido dos dois. Em entrevista veiculada nesta quarta-feira (15) no canal do Youtube da jornalista Leda Nagle, o presidente afirmou que o jornalista era “malvisto na região” por fazer “muita matéria contra garimpeiro” e com foco em conflitos ambientais. O presidente chegou a chamar a viagem dos dois de “excursão”.
“Esse inglês [Dom Phillips], ele era malvisto na região. Porque ele fazia muita matéria contra garimpeiro, a questão ambiental… Então, aquela região lá, que é bastante isolada, muita gente não gostava dele. Ele tinha que ter mais do que redobrado a atenção para consigo próprio. E resolveu fazer uma excursão”, disse o presidente. No dia 7 de junho, Bolsonaro afirmou, já com os dois desaparecidos, que ambos estavam em uma “aventura não recomendável”.