Economia

Renda gerada pelos pequenos negócios é de R$ 420 bilhões por ano

Atlas dos Pequenos Negócios, produzido pelo Sebrae, revela também que o número de MEI teve um crescimento 12 vezes maior que o de trabalhadores por conta própria

Imprensa Sebrae

Os pequenos negócios são uma das principais forças motoras da economia brasileira. Dados de levantamento inédito feito pelo Sebrae mostram que apenas com a renda gerada pela atividade de Microempreendedores Individuais (MEI), juntamente com as Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, o segmento gera uma renda mensal para os empreendedores de R$ 35 bilhões, o que representa aproximadamente R$ 420 bilhões por ano. O estudo foi divulgado nesta terça-feira, dia 05, data dos 50 anos do Sebrae.

O “Atlas dos Pequenos Negócios”, revela que, em 2022, o trabalho dos MEI gera, mensalmente, R$ 11 bilhões, considerando a renda dos que estão em atividade. Assim, em um ano os Microempreendedores Individuais sozinhos injetam R$ 140 bilhões na economia brasileira. Já os donos de Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, geram, mensalmente, R$ 23 bilhões. No período de um ano, o total movimentado por esse perfil de empresa chega a R$ 280 bilhões.

O documento foi lançado nesta terça-feira (05), em coletiva que também marcou os 50 anos do Sebrae. O presidente da instituição, Carlos Melles, destacou, durante a coletiva, a força dos pequenos negócios e projetou que o Brasil deve alcançar um crescimento sustentável e espontâneo de 3% ao ano, no momento em que a participação das micro e pequenas empresas no PIB chegar à proporção de 40%. Atualmente, as MPE respondem por aproximadamente 30% do PIB brasileiro.

O Atlas dos Pequenos Negócios foi lançado pelo Sebrae durante entrevista coletiva
(Crédito: Erivelton Viana)

“Em países desenvolvidos, a participação dos pequenos negócios no PIB fica em torno de 40% a 50%. Se em 10 anos nós conseguirmos promover esse crescimento, toda a economia sai beneficiada, graças ao poder que as MPE têm de gerar renda e empregos”, avaliou.

A maioria dos MEI (78%) tem na sua atividade como empreendedor a única fonte de renda. A partir desse dado, estima-se que cerca de 6,7 milhões de MEI em atividade dependem exclusivamente do seu trabalho como empreendedores. Já em relação aos donos de micro e pequenas empresas (MPE), 71% não possuem outra fonte de renda, segundo pesquisa do Sebrae. Considerando as 6,6 milhões de MPE em atividade, a projeção é de que existam 4,7 milhões de empresários nesse perfil que dependem totalmente da renda obtida com a empresa. Reunindo todo o universo dos pequenos negócios (MEI + MPE), o dado revelado pelo Atlas do Sebrae é que, entre os 15,3 milhões de empreendedores em atividade no Brasil, 11,5 milhões têm a sua atividade empresarial como única fonte de renda.

Com foco no estímulo ao empreendedorismo e no desenvolvimento sustentável, o Sebrae atendeu, só no Paraná, 368.920 pequenos negócios em 2021, sendo o segundo estado brasileiro em números de atendimentos, atrás apenas de São Paulo.

“Hoje, é evidente a conexão entre o desenvolvimento local, integrado e sustentável com o fortalecimento das micro e pequenas empresas. Isso é fruto de 50 anos de trabalho, com iniciativas voltadas para as vocações da região e da resiliência na superação de crises. Desde 1972 até os dias de hoje, seguimos conectando e queremos continuar sendo a ponte para o futuro entre o Paraná e os pequenos negócios”, projeta o diretor superintendente do Sebrae Paraná, Vitor Tioqueta.

A força do MEI

Entre 2012 e 2021, o número de trabalhadores por conta própria no Brasil cresceu 26%, passando de 20,5 milhões para 25,9 milhões. Já o número de formalizações entre os MEI passou de 2,6 milhões para 11,3 milhões, um incremento de 323%. Isso significa um crescimento mais de 12 vezes maior entre os MEI se comparado com os donos de negócios que não se formalizaram. Em 2021, o Paraná registrou crescimento com a abertura de 263.953 de novas empresas, sendo 5.518 Empresas de Pequeno Porte (EPP), 59.064 Microempresas (ME), e 199.371 Microempreendedores Individuais (MEI).

Ainda de acordo com pesquisa do Sebrae, 28% dos MEI já atuavam fora do mercado formal. Suas ocupações principais eram empreendedorismo informal (13%) ou empregado sem carteira assinada (15%), quando decidiram adotar o regime do Microempreendedor Individual. A proporção de informais foi reduzida ao longo do período (2013-2021), principalmente em relação ao empreendedor informal. Estima-se que 2,5 milhões de pessoas foram retiradas da informalidade, em 2021 (28% de 8,7 milhões de MEI em atividade), decorrente do registro do MEI.

Já em relação às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, 13% dos empreendedores eram informais antes da abertura do negócio, sendo que 6% já exerciam a atividade como empreendedor informal e outros 7% eram empregados sem carteira assinada

Alguns números do Atlas sobre o Paraná

82,5% é a taxa de sobrevivência após 2 anos (MEI e MPE);
80% de MEI em atividade;
93% de MPE em atividade;
5º estado em número de donos de negócios;
4º estado em abertura de empresas;
3º estado com maior contribuição para a previdência;
1º estado com o menor número de empresas por conta própria, ou seja, sem empregados;
31% dos donos de negócios têm até 34 anos;
31% dos donos de negócios são mulheres;
22% dos donos de negócios têm curso superior.

Sobre o Sebrae 50+50

A coletiva de imprensa sobre o Atlas dos Pequenos Negócios faz parte de uma agenda de eventos previstos para o cinquentenário do Sebrae, celebrados neste 5 de julho. O dia contará com a inauguração do Mural dos Colaboradores e da Exposição 50+50, live de Celebração do Aniversário, entre outras ações previstas para o público interno. As comemorações serão encerradas com evento intitulado “O Sebrae em Cinco Décadas”, seguido de coquetel para autoridades e parceiros.

As atividades que marcam os 50 anos de existência giram em torno do tema “Criar o futuro é fazer história”. Denominado Projeto Sebrae 50+50, a iniciativa enfatiza os três pilares de atuação da instituição: promover a cultura empreendedora, aprimorar a gestão empresarial e desenvolver um ambiente de negócios saudável e inovador para os pequenos negócios no Brasil. Passado, presente e futuro estão em foco, mostrando a evolução desde a fundação em 1972 até os dias de hoje, com um olhar também para os novos desafios que virão para o empreendedorismo no país.

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