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Delegada sugere arquivamento
do inquérito do caso Andrei

Jornalista Andrei Francisquini foi morto por PMs no início da madrugada de 12 de maio de 2019

G1-PR com Redação

Após três anos, a Polícia Civil (PC-PR) finalizou o inquérito que apurava a morte do jornalista Andrei Gustavo Orsini Francisquini, de 35 anos, em Curitiba, durante uma tentativa de abordagem policial. O caso aconteceu no início da madrugada do dia 12 de maio de 2019, Dia das Mães. Três policiais militares autores dos disparos foram investigados.

A defesa da família de Andrei contestou a indicação da Polícia Civil, que foi publicada em relatório complementar no último dia 26 de maio.

O documento, assinado pela delegada Daniela Correa Antunes Andrade, avaliou que os policiais envolvidos na ação agiram em legítima defesa e, por isso, não os indiciou e pediu o arquivamento do caso. Em julho de 2019, a PM também sugeriu o arquivamento de inquérito contra os policiais.

Andrei morreu no carro em que estava, ao ser alvejado por tiros na Praça da Espanha após fugir de uma abordagem policial na Avenida Vicente Machado, onde o jornalista aguardava um amigo no interior de seu carro.

A Polícia Militar alega ter encontrado no interior do carro uma pistola que foi apreendida. Ocorre que uma perícia realizada na arma não encontrou digitais de Andrei e nem ficou comprovado que foi deflagrado qualquer tiro da pistola.

Os três envolvidos chegaram a ser afastados para tratamento psicológico, segundo a PM. O caso foi marcado por impasse judicial, com suspensão do inquérito temporariamente pela Justiça.

Próxima fase
Com a finalização do inquérito, segundo a Polícia Civil, o resultado será avaliado pela Promotoria de Justiça, que poderá pedir o arquivamento ou denunciar os envolvidos, o que iniciaria um processo criminal.

Em nota, o advogado Claudio Dalledone Júnior, que defende os policiais, disse que a avaliação da Polícia Civil foi criteriosa, reforçando que os envolvidos agiram “em defesa própria e em defesa de terceiros”.

Os advogados da família do jornalista, Paulo Cezar de Cristo e Bruno Landarin Horn, disseram que a família ficou surpresa com o posicionamento no relatório, o que os deixou apreensivos frente “ao longo destes três anos de investigação, paralisação e retorno das atividades com a delegada”.

Andrei morreu antes da chegada de uma equipe do Serviço Integrado de Atendimento ao Trauma em Emergência (Siate).
A mãe de Andrei, Daisy Orsini, afirmou que o filho tinha uma prestação do veículo atrasada e estava com o Imposto sobre Propriedades de Veículos Automotores (IPVA) vencido.

Em entrevista à RPC, ela disse acreditar que Francisquini pode ter fugido da abordagem por causa das pendências do carro.

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