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Problemas respiratórios em crianças disparam no mês de março

Hospital pediátrico alerta pais e responsáveis e reforça quando é necessário levar os filhos até um serviço de urgência e emergência

Crédito: Wynitow Butenas

Imprensa HPP

Somente nos 15 primeiros dias de março, 4,7 mil crianças e adolescentes foram atendidos no Serviço de Emergência do Hospital Pequeno Príncipe. O número representa 81% de todos os atendimentos realizados em janeiro deste ano e, em comparação com fevereiro, a média diária aumentou em 80 casos. Na última semana, em apenas um dia, 436 crianças foram atendidas e a espera chegou a até três horas, com a priorização dos casos graves conforme a classificação de risco.
De acordo com a chefe da Emergência, Simone Borges da Silveira, as doenças respiratórias, que representam 40% do total de atendimentos, foram as responsáveis pelo aumento significativo. Segundo a especialista, os casos que mais têm chamado atenção são os de crianças com 4 ou 5 anos que apresentam a primeira crise de asma. “A gravidade dos quadros também aumentou. Só na última semana, duas crianças foram encaminhadas diretamente para a UTI”, conta a pediatra.
Além disso, o infectologista pediátrico Victor Horácio lembra que o cenário também pode estar sendo impactado por doenças respiratórias causadas por diferentes vírus. “Desde a pandemia, não existe mais uma sazonalidade desses vírus como acontecia antes. Agora, os diversos vírus podem circular o ano todo, sem um fator determinante que justifique as incidências”, explica.
No Pequeno Príncipe, as crianças que chegam ao Serviço de Emergência são atendidas conforme classificação de risco, baseada em protocolos de referência internacional. Assim, para otimizar o atendimento dos pacientes com os quadros mais graves, os especialistas reforçam quando os pais ou responsáveis devem levar os filhos a um pronto-atendimento. Deve-se procurar a emergência em casos de:

  • quedas bruscas e de altura elevada;
  • cortes profundos;
  • afogamento;
  • ingestão de corpo estranho;
  • desmaios e/ou crises convulsivas;
  • febres altas e persistentes mesmo com uso de antitérmico;
  • vômito e diarreia persistente, que podem levar a desidratação;
  • falta de ar (os pais que têm oxímetro em casa pode medir a saturação, que não deve estar abaixo de 94).
    Acompanhamento pediátrico
    O acompanhamento regular da criança por um pediatra ajuda a evitar idas desnecessárias a emergências hospitalares. “Quando a criança não está bem, a primeira coisa a ser feita é entrar em contato com o pediatra que já acompanha essa família para verificar todas as orientações necessárias, pois nem todos os casos precisam ser encaminhados para emergências”, orienta Horácio. O médico ressalta que nem toda febre precisa de atendimento hospitalar. “Uma sala de emergência tem pacientes com doenças infectocontagiosas e uma série de outras situações que podem agravar ainda mais o quadro de uma criança com sintomas leves”, aponta.
    O pediatra é o profissional responsável por fornecer todas as orientações necessárias aos pais, além de indicar as ações adequadas para recuperar a saúde e prevenir doenças. A atenção pediátrica deve iniciar no nascimento da criança, com assistência ao parto, e continuar nas consultas de puericultura. No primeiro ano de vida, as visitas ao médico devem ser mensais e, com o decorrer do tempo, vão espaçando-se para a cada dois meses, até que seja estabelecida uma consulta por ano para a avaliação de saúde.
    Sobre o Hospital
    Com sede em Curitiba (PR), o Pequeno Príncipe, maior hospital exclusivamente pediátrico do Brasil, é uma instituição filantrópica, sem fins lucrativos, que oferece assistência hospitalar há mais de 100 anos para crianças e adolescentes de todo o país. Disponibiliza desde consultas até tratamentos complexos, como transplantes de rim, fígado, coração, ossos e medula óssea. Atende em 35 especialidades, com equipes multiprofissionais, e realiza 60% dos atendimentos via Sistema Único de Saúde (SUS). Conta com 361 leitos, 68 de UTI, e em 2022, mesmo com as restrições impostas pela pandemia de coronavírus, foram realizados cerca de 250 mil atendimentos e 18 mil cirurgias que beneficiaram pacientes do Brasil inteiro.
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