Educação

Estudantes da Educação Básica adotam hábitos saudáveis através de projeto da UENP

Imprensa Uenp

Alunos de colégios estaduais do município de Jacarezinho, por meio do projeto de extensão “Promoção da atividade física e redução do sedentarismo: implementação de um programa para melhoria da saúde metabólica e mental em adolescentes”, da Universidade Estadual do Norte do Paraná, têm desenvolvido atividades físicas diferenciadas a fim de adotar um estilo de vida saudável.

Com o intuito de proporcionar aumento da prática de atividades físicas e redução do tempo em comportamento sedentário nos adolescentes em fase escolar, a ação de extensão é desenvolvida em quatro colégios estaduais de Jacarezinho: Imaculada Conceição e Luiz Setti, com prática de atividades com a equipe do projeto, avaliações físicas e aconselhamento através de mensagens de texto; e José Pavan e Rui Barbosa, com avaliações físicas e aconselhamento.

O coordenador do projeto e professor do curso de Educação Física da UENP, doutor Antônio Stabelini Neto, destaca que o ambiente escolar é um local favorável à adoção de comportamentos saudáveis. “As ações do nosso projeto oportunizam novas experiências de prática de atividade física dentro da escola. Associado ao aconselhamento sobre um estilo de vida saudável via aplicativo de smartphone, podemos auxiliar na promoção da saúde destes jovens, resultando em melhoras na aptidão física, competência motora, na saúde metabólica e bem-estar”, enfatiza o professor.

Nas escolas onde há participação direta da equipe do projeto, são utilizados aproximadamente 20 minutos das aulas de Educação Física de algumas turmas para o desenvolvimento das atividades. Segundo Pedro Henrique Garcia Dias, profissional recém-formado e bolsista do projeto, em três minutos é realizado o aquecimento e, posteriormente, inicia-se a parte principal da intervenção, que dura 15 minutos e conta com a utilização de cards para os alunos.

“Os cards são divididos em três categorias, sendo aptidão muscular para membros inferiores, aptidão muscular para membros superiores e aptidão cardiorrespiratória. Nós pré-selecionamos os cards antes das atividades e montamos um plano para a aula, sempre levando em consideração o que foi trabalhado na sessão passada para não repetir os mesmos exercícios, já que o objetivo é trabalhar diferentes grupos musculares”, pontua o profissional. Chegando à escola, a equipe monta grupos de quatro alunos e disponibiliza seis cards para cada grupo. Cada aluno do grupo poderá escolher um card com um exercício.

“Nos minutos finais da intervenção, falamos sobre a Percepção Subjetiva do Esforço, que é um card final que os alunos utilizam para dizer o quão cansados eles ficaram, de maneira geral. Tudo isso é anotado para que façamos um controle para avaliar se a sessão foi muito intensa ou não, e também melhorar as próximas intervenções”, conclui Pedro.

Além do desenvolvimento das atividades na escola, há, ainda, o aconselhamento via mensagens de texto e informativos via aplicativo de celular. “A criança passa apenas quatro horas do seu dia na escola. No restante do dia, ela pode desenvolver um comportamento sedentário. Mandamos mensagens individuais para os alunos e também para os pais, às vezes, alguns desafios para cumprirem, atividades para fazerem com algum amigo no final de semana… É importante que os pais recebam as mensagens para prestarem um certo suporte”, comenta o professor coordenador.

Uma terceira ação é a utilização de um monitor de atividade física que conta passos. “Nele, estipulamos metas. Por exemplo, se um aluno andou 5000 passos, colocamos uma meta de 10% de aumento para a próxima semana. Assim, dá para ir motivando. Nós enviamos também os gráficos de desempenho das crianças, para que elas possam observar como têm feito, como um feedback para incentivá-las”, destaca.

Foram realizados testes físicos nos estudantes dos quatro colégios. Ao finalizar o período de atividades, os mesmos testes serão reaplicados em todos os colégios, a fim de verificar se as escolas que receberam intervenção obtiveram avanços significativos em relação às escolas chamadas de “grupo-controle”, que não receberam a intervenção.

Para o professor de Educação Física do Colégio Estadual Imaculada Conceição, João Henrique Lopatk, o projeto gera interesse e motivação nos alunos. “Esse projeto está sendo bastante legal. Há um certo desinteresse de alguns alunos pela prática esportiva, mas, quando há um projeto como esse, que é novidade para eles, com pessoas diferentes das que fazem parte da rotina, com métodos diferentes para incentivo da prática, acaba gerando mais interesse e motivação. Antes, alguns alunos das turmas que participam, não demonstravam querer participar das atividades, mas, agora, têm participado mais”, afirma João Henrique.

Vanessa Gonçalves Zorzi, estudante do 8º ano que participa do projeto, conta que, para ela, a ação é uma forma de melhorar a participação dos colegas. “Tem alunos que não fazem nenhum exercício físico, mas, aqui, pegam 15 minutos pra fazer uma atividade com a qual eles poderiam não se importar, mas acabam gostando. Eu gosto muito do projeto e a maioria dos meus colegas também”, partilha.

Parcerias

O coordenador do projeto destaca também a importância da parceria entre o Ensino Superior e a Educação Básica. “Em Jacarezinho, temos uma abertura muito boa e isso é muito importante. Educação Física é um curso que forma professores. Então, para tudo o que pesquisamos e desenvolvemos dentro da Universidade, o nosso campo de aplicação é a escola. Se não tivéssemos essa integração entre a escola pública e a Universidade, de nada adiantaria tanta pesquisa e tanto estudo. É importante poder aplicar esses conhecimentos”, finaliza Antônio.

O projeto é desenvolvido junto ao Grupo de Pesquisa em Estilo de Vida, Exercício e Saúde, além de um projeto de iniciação científica que estuda os efeitos de um programa de promoção da atividade física nos níveis de ansiedade e sintomas de depressão em adolescentes. A equipe do projeto é composta também pelos acadêmicos do curso de Educação Física, Gabriel Pinzon, Reinaldo da Silva Souza, Vitória Aparecida Martins Costa, Gabriel Lima de Moraes. Também participam do projeto os pesquisadores Renan Camargo Corrêa, Jadson Márcio da Silva, Rodrigo de Oliveira Barbosa e Gessica Castilho dos Santos.

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