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Produtoras de Apucarana e Pinhalão vencem o Concurso Café Qualidade 2025

CONCURSO

Concorreram na edição deste ano 130 lotes, com representantes de nove regiões produtoras do Paraná. Foram selecionados 96 lotes na categoria de processamento natural, ou via seca, que envolve a secagem do fruto inteiro, e 34 lotes processados pelo método cereja descascado ou via úmida, em que a polpa é removida antes da secagem do grão.

Assessoria

As cafeicultoras Flávia Guimarães da Silva Rosa (Apucarana), na categoria natural, e Sirlene Soares dos Santos Souza (Pinhalão), com um lote de cereja descascado, foram consagradas campeãs do 23º Concurso Café Qualidade Paraná, nesta terça-feira (25), em cerimônia no Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba.

O evento de encerramento do certame reuniu mais de 300 pessoas, entre cafeicultores, lideranças e autoridades do segmento, pesquisadores, técnicos e especialistas na bebida.

Sistema Faep

A premiação promovida pela Câmara Setorial do Café do Paraná, formada pelo Sistema Faep, Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná (Seab), Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná) e Associação dos Engenheiros Agrônomos de Londrina é a terceira maior do gênero no Brasil, atrás apenas de concursos realizados em Minas Gerais e Espírito Santo, maiores produtores nacionais de café.

Em sua 23ª edição, a competição envolveu a análise de mais de 100 amostras destinadas por produtores paranaenses, que separaram seus lotes para submeter à avaliação.

O vice-governador Darci Piana destacou o papel estratégico da cafeicultura na economia paranaense e o esforço contínuo para fortalecer a produção de alto padrão. Em meio à premiação dos lotes vencedores, ressaltou a relevância histórica e atual da atividade para o Paraná e a representatividade dos agricultores presentes no evento. “Essa premiação se reveste de uma importância especial. O Paraná foi o maior produtor de café desse País. Hoje somos o sexto, mas continuamos produzindo um café de qualidade, e aqui hoje estão os melhores produtores do Estado”, afirmou.

Produtor

De acordo com o secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Márcio Nunes, um dos principais focos é melhorar a renda do produtor rural e não existe melhor forma de fazer isso do que diversificar e, principalmente, verticalizar a produção. “É isso que o Paraná tem encontrado nessa cadeia importantíssima do café. Se nós reduzimos muito em quantidade em função de clima, geada, e competitividade com outras culturas, o produtor achou um caminho através da qualidade do café para poder colocar um valor agregado maior nesse produto”, disse.

Márcio Nunes destacou, ainda, o cuidado dos produtores paranaenses, que inclui grãos selecionados, cultivo em condições específicas, colheita no ponto ideal e um rigoroso processo de torra e classificação, que garante ausência de defeitos. “O governo tem diversificado a produção de alimentos do Paraná. No caso do café, o caminho é a qualidade. A gente vende um produto com alta rentabilidade e sustentabilidade, para diversas regiões do Brasil e para muitos países”, concluiu.

A premiação também destacou o papel das entidades do setor produtivo na evolução da cafeicultura paranaense. Ao longo das últimas décadas, o trabalho conjunto entre produtores, cooperativas e instituições de assistência técnica tem impulsionado a profissionalização da atividade, com investimentos constantes em manejo, tecnologia e capacitação. Esse avanço, reforçado pelo desempenho dos lotes apresentados no concurso, foi ressaltado pela Faep, uma das organizadoras do evento.

Reconhecimento

Segundo o presidente interino da Faep, Ágide Eduardo Meneguette, o histórico da atividade no Paraná evidencia a transformação do setor e o foco crescente na excelência. “No passado, era uma das maiores cadeias, uma grande cadeia produtora, nós éramos reconhecidos por isso. Hoje, nós somos reconhecidos pela qualidade do nosso café. Nossos cafeicultores estão, cada vez mais, investindo em cafés melhores, grãos melhores, graças ao macroambiente e ao clima que nós temos aqui no Estado. Mostrando que o Paraná tem bons cafés, não só para os paranaenses tomarem, mas para o Brasil inteiro”, destacou.

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JULGAMENTO – Concorreram na edição deste ano 130 lotes, com representantes de nove regiões produtoras do Paraná. Foram selecionados 96 lotes na categoria de processamento natural, ou via seca, que envolve a secagem do fruto inteiro, e 34 lotes processados pelo método cereja descascado ou via úmida, em que a polpa é removida antes da secagem do grão.

Após a análise física, que verificou tamanho, cor e defeitos dos grãos, 108 lotes avançaram para a avaliação sensorial, sendo 80 da categoria natural e 28 processados pelo método cereja descascado.

Uma novidade da premiação deste ano foi a promoção de uma sessão de cupping (espécie de degustação) entre produtores e cafeterias, com a intenção de gerar negócios.

A seleção dos lotes finalistas foi feita por 10 extensionistas do IDR-Paraná com formação de Q-Grader em café arábica e ocorreu em duas fases. A primeira avaliou as características físicas dos grãos, de acordo com a Classificação Oficial Brasileira (COB), para identificar defeitos como quebras ou danos causados por insetos. Na segunda fase, a prova de xícara, os cafés foram julgados segundo critérios da Associação de Cafés Especiais (SCA, na sigla em inglês), que considera atributos como aroma, doçura, acidez, corpo, sabor, gosto remanescente e equilíbrio.

PREMIAÇÃO – Os lotes classificados até o quinto lugar de cada categoria foram premiados com um valor mínimo equivalente ao de uma saca na B3 (Bolsa de Valores do Brasil) no dia anterior ao evento de divulgação e premiação, acrescido de pelo menos 50%. O café premiado foi entregue à comissão organizadora do concurso para produção em edição especial.

Neste ano, os campeões regionais também receberam um prêmio no valor de R$ 4 mil. Os prêmios foram pagos pelo Sicredi (Sistema de Crédito Cooperativo) e o Sistema Faeppatrocinou a vinda dos cafeicultores para Curitiba.

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PARANÁ – Atualmente a cafeicultura ocupa 25,4 mil hectares no Paraná, com uma produção anual estimada em 749 mil sacas beneficiadas e um Valor Bruto de Produção de R$ 1,1 bilhão. A atividade é desenvolvida em 180 municípios, onde 80% das propriedades são de agricultores familiares.

Nos últimos anos, o Paraná tem se tornado referência nacional no cultivo de cafés especiais. Com o apoio do Governo do Estado, por meio do Sistema Estadual de Agricultura (Seagri), os produtores vêm investindo em um manejo que garante frutos sem defeitos, com maior complexidade sensorial e equilíbrio entre doçura, acidez e corpo.

Além da produção cuidadosa, um fator que aumenta o potencial do café paranaense é o terroir, como são chamadas as características naturais que influenciam na cultura. O cultivo no Paraná é feito em áreas próximas ao Trópico de Capricórnio, onde as noites são frias e os dias quentes. Isso faz com que a maturação do café seja mais demorada, acumulando mais açúcar e conferindo outras características únicas no Brasil.

PATROCÍNIOS – O concurso Café Qualidade Paraná também é patrocinado pelo Sistema Ocepar (Organização das Cooperativas do Paraná), Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), BRDE (Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul), Grupo Bratac Seda, Integrada Cooperativa Agroindustrial, Sociedade Rural do Paraná, Grupo Dois Irmãos, Fetaep(Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores Familiares do Estado do Paraná), Ceal (Clube de Engenharia e Arquitetura de Londrina), Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-PR) e Ceasa (Centrais de Abastecimento do Paraná).

Vencedores do Concurso Café Qualidade 2025:

CAFÉ NATURAL

1° Flávia Guimarães da Silva Rosa – Apucarana

2º Carlos Alexandre Siqueira – São Jerônimo da Serra

3º Henrique Alfredo de Freitas Sebode – Tomazina

4° Rosineia Barbosa Serpeloni – Londrina

5º Valdeci Navarro – Jandaia do Sul

CEREJA DESCASCADO

1° Sirlene Soares dos Santos Souza  – Pinhalão

2° Flavia Garcia Mureb Jacob Saldanha Rodrigues – Jacarezinho

3° Eloir Inocencia Nogueira de Souza – Tomazina

4° Julio Cezar Barros – São Jerônimo da Serra

5° Giovana da Silva Souza – Pinhalão

1º LUGAR REGIONAL

Natalina Bovo Bretan – Ivaiporã

Fernando Lopes – Maringá

José Aparecido Sanches – Cianorte

Celina Aparecida Campana de Oliveira – Toledo

Aparecida de Oliveira Saboré Lopes – Cascavel

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