
JURI
Matheus Alexandre Matos, de 22 anos, foi morto a tiros durante briga por som alto; policial e filho são réus.
Minuto Notícia – 14 de novembro de 2025
O Tribunal do Júri de Jacarezinho adiou para fevereiro do ano que vem o julgamento de Álvaro de Souza Revoredo, policial rodoviário aposentado, e de seu filho Pedro Henrique Revoredo Coppi.
Eles são acusados de crime de homicídio, pela morte do jovem Matheus Alexandre Matos, de 22 anos, em março de 2022.
Sessão seria aberta nesta sexta-feira (14), a partir das 9h, mas o juiz Renato Garcia recebeu petição da defesa que apontou supostas pendências processuais no âmbito dos recursos.
A defesa buscou, junto ao Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR) revogação da decisão que submete os réus aos jurados, com pleito de absolvição sumária.

Morte no Mirante
O crime aconteceu no Parque dos Mirantes, durante uma discussão por causa do volume de um som automotivo.
Por volta das 4h daquela madrugada, segundo a versão da denúncia, Matheus conversava com amigos na rua Rita Fernandes Vieira, ouvindo música no carro, quando Álvaro — vizinho e policial rodoviário que estava de folga — saiu de casa reclamando do barulho.
Segundo as testemunhas, a discussão rapidamente evoluiu para agressões físicas. Álvaro teria ordenado ao filho que voltasse para casa e trouxesse a arma de fogo — a mesma utilizada por ele em serviço.
Enquanto Pedro buscava o revólver, pai e vítima entraram em vias de fato. Com a arma em mãos, o jovem teria retornado ao local e atirado pelas costas, atingindo Matheus na nuca, a curta distância. O universitário morreu na hora.
Ministério Público e defesa divergem
O Ministério Público e a Defesa divergem sobre as circunstâncias. Na versão dos réus, toda a ação teria sido motivada por legítima defesa, mediante agressão do jovem.
A denúncia da promotoria, porém, considera que a morte não foi resultado de nenhuma defesa, mas sim ação deliberada e desproporcional, contra a vítima.
Fuga e responsabilidades
De acordo com os depoimentos colhidos na época, após o disparo fatal, pai e filho ainda teriam apontado a arma na direção dos amigos da vítima e realizado novos disparos.
Dois rapazes conseguiram fugir de carro, que ficou perfurado pelos tiros. As duas moças que estavam no grupo permaneceram ao lado da vítima até a chegada do Corpo de Bombeiros. Pai e filho fugiram logo após o crime.
Denúncia e qualificadoras
O Ministério Público denunciou ambos por homicídio duplamente qualificado, por motivo fútil (reclamação sobre o volume do som) e recurso que dificultou a defesa da vítima (disparo pelas costas).
O MP sustenta que os dois tiveram participação direta no assassinato: o pai por iniciar a agressão, ordenar a busca da arma e depois assumir o controle do revólver; o filho por efetuar o disparo fatal.
A promotoria responsável é a 3ª Promotoria de Justiça da Comarca de Jacarezinho.
Repercussão; quem era Matheus
A morte do jovem causou forte comoção na cidade. Conhecido como “Chocô”, ele era muito querido por colegas e familiares.
Tinha curso técnico no Instituto Federal do Paraná (IFPR) e estudou Ciências Econômicas na UENP, chegando a trabalhar online em um site de pôquer.
Amigos relatam que ele era trabalhador, tranquilo e não tinha inimizades.
Expectativa para o júri
O julgamento desta sexta-feira era aguardado por moradores, familiares e grupos que acompanharam o caso desde 2022.
Álvaro de Souza Revoredo e Pedro Henrique RevoredoCoppi continuam respondendo ao processo em liberdade enquanto aguardam o julgamento pelo Conselho de Sentença.
Sessão foi redesignada para 09 de fevereiro de 2026.