Jacarezinho

Acusado de atacar morador com 33 golpes de facão é condenado

Cléverson alegou legítima defesa; ‘nunca quis matar’. (Imagem: Reprodução/TJPR

Julgamento

Crime no bairro Pompeia chamou a atenção pela violência; jovem levou 14 golpes de facão na cabeça, mas sobreviveu.

Minuto Notícia – 12 de novembro de 2025

O Tribunal do Júri da Comarca de Jacarezinho condenou Cléverson Madeira Fonseca, conhecido como “Coco”, a cumprir 14 anos de prisão em regime fechado. Ele respondeu por tentativa de homicídio triplamente qualificado, em crime ocorrido em 2023 no Residencial Pompeia.

A decisão foi proferida pelo juiz Renato Garcia, após julgamento que durou cerca de sete horas e contou com depoimentos de testemunhas e interrogatório do autor.

Conforme a denúncia, Cléverson atacou Felipe Alexandre Maciel, um jovem que trabalhava na Usina Jacarezinho, com 33 golpes de facão, sendo 14 deles na cabeça.

O crime ocorreu durante uma discussão em setembro de 2023, por razão banal, que envolvias um capacete esquecido pelo pai de Felipe junto ao réu.

Os depoimentos indicaram que o pai da vítima, à época dos fatos, faria uso de bebida e entorpecentes na companhia de Cléverson, situação reprovada pelo filho.

O jovem então, após o esquecimento ou extravio do capacete, foi com o pai tentar resgatar o equipamento, o que teria desencadeado a discussão.

Agredido violentamente, em um terreno baldio, a vítima foi abandonada gravemente ferida. O autor só teria parado o ataque por entender que Felipe já estava morto.

O rapaz sobreviveu, mas teve amputação de dedos, limitação permanente de movimento e deficiência física permanente, que o deixaram inapto para o trabalho.

Crime qualificado

O Conselho de Sentença reconheceu as três qualificadoras apresentadas pelo Ministério Público, que apontou motivo fútil, relacionado a uma discussão por causa de um capacete de motocicleta; meio cruel, pelo número e intensidade dos golpes e recurso que dificultou a defesa da vítima, que estava desarmada.

Na ocasião, Cléverson usava tornozeleira eletrônica em razão de uma condenação anterior por tráfico de drogas. Após o crime, ele cortou o equipamento e fugiu, sendo capturado dias depois em Carlópolis.

Durante o julgamento, o réu confessou ter desferido os golpes, mas alegou que agiu em legítima defesa, versão rejeitada pelos jurados.

Com base na votação dos quesitos pelos jurados, que reconheceram o crime e seus agravantes, a pena foi fixada observando antecedentes.

Além da pena de prisão, Cléverson deverá indenizar a vítima em R$ 20 mil por danos morais. Ele poderá recorrer da sentença ao Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR), mas segue preso.

A defesa foi exercida pelo advogado Alcides Francisco Ferraz de Almeida Lima. Na promotoria, atuou Rafael Guerra Costa.

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