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Boletim do Deral destaca exportação de proteínas animais e produção de amoras no Paraná

DERAL

Boletim Conjuntural divulgado nesta quinta-feira (09) pelo Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), analisa também a avicultura de postura, o arroz e o etanol.

AEN

Foto: Alessandra Detoni/IDR-PARANÁ

A produção de amora vem apresentando um crescimento consistente no Paraná nos últimos dez anos, segundo levantamento do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. A exportação de proteínas animais também segue firme, com destaque para a carne suína, que alcançou recorde histórico em setembro, além da venda de carne bovina, impulsionada pela demanda chinesa. As informações estão no Boletim Conjuntural divulgado nesta quinta-feira (09) pelo Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab).

O documento destaca também que o Estado se mantém como segundo produtor nacional na avicultura de postura. Já a produção de etanol e de arroz apresentam uma retração.

O Censo Agropecuário 2017, o último do IBGE, apontava uma área cultivada com amora de 1,3 mil hectares no país e uma produção em torno de 2,8 mil toneladas. Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Paraná lideram a produção.

Segundo o agrônomo Paulo Andrade, do Deral, o que chama a atenção é o crescimento da área e da produção da fruta no Paraná, segundo dados do Departamento. Em 10 anos, a área plantada saltou de 71 para 117 hectares. A produção passou de 251 toneladas, para 914 toneladas, apresentando um aumento de 264%, em 2024. O VBP (Valor Bruto de Produção) da amora no Estado é de R$ 10,4 milhões.

A Região Metropolitana de Curitiba concentra 34,9% da produção estadual, com 38 ha e 319 toneladas, seguida do município de Prudentópolis, o maior produtor individual de amora do Paraná, responsável por 28,9% da produção ou 108 toneladas. O município de Paulo Frontin é o segundo produtor paranaense, com 100 toneladas. Outras 60 cidades paranaenses cultivam a fruta.

Floradas 

De acordo com Paulo Andrade, as floradas abundantes na atual estação devem resultar em uma boa safra, estimulada pelo frio no inverno, adequado às exigências da cultura. O técnico alerta que a atenção agora é redobrada para a possibilidade de geadas tardias que podem prejudicar a safra.

ARROZ – A área de arroz irrigado deve apresentar uma redução no Estado, passando de 18,4 mil hectares para 17,9 mil hectares. O coordenador da Divisão de Conjuntura do Deral, Hugo Godinho, ressaltou que os preços depreciados devem fazer com que os produtores paranaenses sigam a tendência observada nas principais regiões do país, reduzindo a área cultivada.

“No Paraná, os preços do arroz recuaram 45% em setembro, frente ao mesmo mês de 2024. O mesmo foi observado em outras regiões produtoras, o que levou a Federarroz a orientar os produtores a diminuírem as áreas para conter a oferta”, informou Godinho.

Outro fator que desestimulou os produtores paranaenses de arroz foi o prejuízo causado pelas cheias do Rio Ivaí nas duas últimas safras. “Por ser cultivado nas várzeas dos rios, é comum que o arroz sofra alagamentos. No entanto, a frequência e intensidade desses eventos chamam a atenção para um fator que pode estar relacionado ao problema: a baixa cobertura florestal na região”, destacou.

Ele informou que na Bacia do Rio Ivaí a cobertura vegetal natural é de 19%, bem abaixo dos 29% que se verifica no restante do território paranaense.

Os principais produtores de arroz no Estado são: Querência do Norte, Santa Isabel do Ivaí, Santa Mônica, Santa Cruz do Monte Castelo e Planaltina do Paraná. Nesses municípios o percentual de cobertura natural cai para 14%.

Vegetação Ciliar

Godinho ressaltou que ações de recomposição da vegetação ciliar na região podem trazer benefícios diretos para os produtores, minimizando o impacto das cheias, ao melhorar a permeabilidade do solo, reduzindo processos erosivos e o assoreamento dos cursos d’água da bacia.

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PROTEÍNAS ANIMAIS – O mês de setembro foi especialmente positivo para as exportações de carne suína do Paraná. Os dados da plataforma Comex Stat/MDIC mostram o embarque de 25,2 mil toneladas, volume 35,5% superior ao registrado no mesmo mês do ano passado. As Filipinas lideraram as compras com 5,7 mil toneladas.

“O país se mantém como principal destino pelo quinto mês consecutivo, evidenciando a consolidação deste novo mercado, para onde o Paraná passou a enviar volumes expressivos há pouco mais de um ano”, ressaltou a veterinária do Deral Priscila Marcenovicz.

O Vietnã ficou na segunda colocação, com 5,2 mil toneladas. Já Hong Kong caiu para a terceira posição, com 3,2 mil toneladas, mas no acumulado do ano foi o principal destino das exportações de carne suína do Paraná.

Em seguida destacaram-se o Uruguai (2,5 mil toneladas) e Argentina (2,4 mil toneladas), além de volumes menores para os Emirados Árabes Unidos, Georgia, Costa do Marfim e Cuba.

Para Priscila, esse desempenho reflete a confiança internacional na qualidade da produção paranaense, bem como os efeitos da abertura de novos mercados na diversificação e ampliação das parcerias comerciais.

As exportações brasileiras de carne bovina também foram recordes em setembro. O Brasil embarcou 347 mil toneladas, gerando uma receita de US$1,9 bilhão. “Ainda que as tarifas impostas pelo governo americano tenham diminuído drasticamente as exportações para o país, o volume foi absorvido por outros compradores, a exemplo da China, cujo volume adquirido aumentou em quase 40% em relação a setembro de 2024”, informou Thiago de Marchi da Silva, veterinário do Deral.

Ele acrescentou que países como o Paraguai estão comprando carne brasileira para abastecer o mercado interno, enquanto exportam a própria produção para os EUA. “As importações paraguaias de carne brasileira aumentaram 90% no comparativo entre os períodos de janeiro a setembro de 2024 e 2025”, observou Silva.

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