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Empresa que contratou funcionários na época do Covid desapareceu e deixou dívidas trabalhistas

Hospital Regional de S.A.Platina

“Se formos fazer as contas aproximadas, cada um deles têm direito a receber uns R$ 10 mil de rescisão”, calculou o advogado

Gladys Santoro Biaggioni

Há pouco mais de cinco anos, o mundo e o Brasil viviam uma pandemia de um vírus novo, o Covid, que chegou fazendo um estrago na vida das pessoas.  Muita gente morreu, muitos escaparam por pouco, muitas famílias ficaram devastadas. Os hospitais não davam conta de atender tantos doentes, principalmente, porque a doença era altamente contagiosa e era preciso isolamento. As Unidades de Terapia Intensiva não suportavam o volume de doentes, e as instituições de saúde não tinham funcionários necessários, em nenhuma área: nem da enfermagem, nem da limpeza, da cozinha, administração para atender a demanda. O caos se instalou em todas as unidades de saúde do mundo.

Nessa época, a Funeas (Fundação Estadual em Atenção à Saúde), que administra o Hospital Regional situado em Santo Antônio da Platina, contratou uma empresa, a Agil Eirele, de Itajaí, SC, para prestação de serviços administrativos para atender a demanda das instituições controladas pela Fundação. Essa empresa contratou cerca de 50 funcionários nas mais diversas áreas – desde enfermagem até motoristas de ambulância para dar mais atenção e cuidados aos pacientes.

O advogado Dr Bruno Borsatto disse ontem à redação da Tribuna do Vale, que a empresa desapareceu.  Sua última atuação foi em dezembro deste ano, quando deixou de pagar as contas. A Fuenas, de acordo com o advogado, pagou os salários até abril deste ano, porém, de lá para cá, não houve mais pagamentos e os empregados, além de demitidos, ainda correm o risco de não receber os direitos trabalhistas, como 13º salário, FGTS, Férias etc. “Se formos fazer as contas aproximadas, cada um deles têm direito a receber uns R$ 10 mil de rescisão. Se forem 50, ao todo, são R$ 500 mil que a empresa deve e que a Funeas teria que assumir”, esclareceu.

Cada funcionário lesado tomou uma decisão individual em relação ao “calote” que recebeu. A maior parte foi trabalhar em outras instituições enquanto aguardam uma solução, alguns formaram grupos e contrataram advogados trabalhistas, outros acreditam que a Funeas vai resolver tudo, mesmo que demore e outros ainda não sabem o que fazer.

Somente com o dr Bruno Brosatto, 10 funcionários entraram com ação contra a empresa. Porém, se a Ágil desapareceu como a justiça vai acioná-la?

Dr Borsatto disse que a novidade está no nome da pessoa que assinou o contrato com a Funeas. Ele tem o contrato e nome dela (é uma mulher), que nesse momento ele preferiu não identificá-la para que ela seja encontrada e responda pelas dívidas. “Vamos encontra-la. Depois veremos qual a situação que ela se encontra, se tem bens em seu nome, se tem dinheiro em conta, enfim, aí temos que faze-la cumprir  a lei”, concluiu.

A redação da Tribuna do Vale insistiu com o advogado para que informasse o telefone que ele tem da sócia da Ágil. Ele passou o número com a condição dele não ser divulgado. A Reportagem ligou, mas embora o fone tenha tocado, ninguém atendeu.

A Reportagem também quer falar com a Funeas para saber quais as atitudes a fundação está tomando diante desse “calote”, mas o telefone em Curitiba só da ocupado.

A Tribuna do Vale espera que a Funeas dê um retorno ao jornal para informar da atual situação junto a Ágil. Também deixamos o espaço aberto para a sócia da Ágil entrar em contato.

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