
O deputado Luiz Cláudio Romanelli (PSD) criticou duramente nesta quarta-feira (16) as declarações do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra o sistema de pagamentos Pix e o comércio popular da Rua 25 de Março, em São Paulo.
Segundo Romanelli, Trump deveria se ocupar com questões realmente relevantes, em vez de atacar conquistas brasileiras. “Primeiro, ele afirmou que está fazendo o que quer contra o Brasil simplesmente porque pode. Isso é um absurdo”, disse o deputado, em referência à decisão do ex-presidente norte-americano de impor uma tarifa de 50% sobre produtos importados do Brasil.
O parlamentar também reagiu às críticas feitas por Trump ao uso do Pix e ao comércio popular. “Trump não quer que o Brasil use seus próprios meios de pagamento. O Banco Central criou o Pix, uma medida inteligente e amplamente aceita pela população. Ele quer obrigar o uso do PayPal, dos cartões de crédito ou de outros aplicativos americanos”, afirmou Romanelli. “Ou seja, Trump é contra o Pix e contra a 25 de Março.”
Política de confronto
Romanelli lembrou ainda que Trump tem adotado uma postura hostil em relação a diversos países. “Ele taxou produtos brasileiros em 50%, russos em 100%, europeus e mexicanos em 30%, e canadenses em 35%. Já falou em anexar o Canadá e a Groenlândia, e promove uma campanha insidiosa contra imigrantes nos EUA, deportando pais e mães, separando filhos e famílias. Está destruindo o processo civilizatório”, alertou o deputado.
Pix em alta
As críticas de Trump ganharam repercussão negativa nas redes sociais. A hashtag #DefendaOPix entrou para os assuntos mais comentados no Brasil, com usuários acusando o governo norte-americano de tentar proteger os interesses das grandes operadoras de cartões de crédito.
Criado durante a pandemia, em novembro de 2020, o Pix bateu recordes em 2024: foram R$ 26,46 trilhões transferidos em um único ano. O número de transações também disparou, passando de 41,68 bilhões em 2023 para 63,5 bilhões em 2024, segundo dados do Banco Central.
Além do Pix, o governo dos Estados Unidos tem feito críticas às decisões do Supremo Tribunal Federal (STF), à movimentação comercial da 25 de Março e aos acordos internacionais firmados pelo Brasil com países como Índia e México. Em resposta, o governo brasileiro anunciou que pretende recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC) e aplicar medidas com base na Lei da Reciprocidade.