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Decisão sobre posse de suplente poderá ficar para os próprios vereadores

João Garré, vereador eleito, foi assassinado e primeiro suplente está preso apontado como principal suspeito do crime

SALTO DO ITARARÉ

Mário Espósito, segundo suplente, pode assumir cadeira, mas decisão será dos vereadores

 

Redação Tribuna do Vale

Quem será o nono vereador a compor a legislatura 2025/2028 de Salto do Itararé? A decisão pode ter que ser tomada pelos próprios vereadores do município.
A reportagem da Tribuna do Vale ouviu o chefe do cartório eleitoral da comarca de Siqueira Campos, Anderson Carvalho de Magalhães, para entender melhor o complexo caso, que tem gerado dúvidas entre a população.
A vaga por direito seria de João Garré, vereador eleito, porém ele foi assassinado há duas semanas. A cadeira, então, passaria para o primeiro suplente, Nenê da Ambulância.
Contudo, o primeiro suplente foi apontado pela polícia como principal suspeito do assassinato do vereador eleito, e acabou preso.
Anderson explica que o trâmite da justiça eleitoral é diplomar apenas os eleitos propriamente ditos. A cerimônia de diplomação para os escolhidos pelos eleitores de Salto está prevista para o próximo dia 29.
Na oportunidade devem receber a diplomação prefeito e vice eleitos, além dos oito vereadores – o nono seria João Garré.
Na ausência dele, não haverá outro diplomado. Os suplentes de cada partido para a câmara de vereadores recebem um diploma à parte.

PROCEDIMENTO
O chefe do cartório eleitoral explica que, por ora, Nenê da Ambulância não é condenado e não tem maiores restrições junto à justiça eleitoral, podendo sim assumir a cadeira de vereador, porém sendo uma decisão que cabe à própria câmara de vereadores.
“Os suplentes recebem a posse da câmara, quando é o caso. Então serão os próprios vereadores que terão que definir o caso. Claro que se houver alguma outra definição de um juiz eleitoral antes disso, aí o cenário muda, mas a princípio é isso”, explica.
“Nesses casos o que costuma acontecer é de ser aberta uma comissão de ética dentro da câmara para avaliar, e na maioria das vezes os investigados em casos assim, ainda mais em um tão grave, acabam sendo afastados até que o processo seja concluído”, continua.
Como o caso é de enorme repercussão e já existe pressão popular contra a posse de Nenê da Ambulância (que já está na terceira legislatura como vereador), é provável que esse cenário apontado pelo chefe do cartório se confirme.
Neste caso quem assumiria a nona cadeira da câmara de Salto do Itararé é o segundo suplente do União Brasil, Mário Espósito.

RELEMBRE O CASO
João Garré foi assassinado na madrugada do dia 9 deste mês, logo depois de entrar na casa de seus pais, em Santana do Itararé, município vizinho de Salto do Itararé.
Um homem invadiu a casa e disparou pelo menos quatro vezes contra o vereador eleito, que morreu na hora. Um segundo elemento ficou ao lado de fora do imóvel.
Logo depois do crime a dupla fugiu para Curitiba, porém já sendo monitorados pela polícia, que através de imagens de câmeras de segurança, conseguiu identificar o veículo usado na fuga.
Horas depois do crime uma equipe da Polícia Militar tentou abordar os suspeitos, que reagiram e houve troca de tiros. A dupla morreu no local.
Com eles foram encontrados pelo menos três armas de grosso calibre, celulares e outros objetos, usados na investigação. Um deles já tinha vasta ficha criminal.
A investigação do crime, sob comando da Polícia Civil de Wenceslau Braz, identificou elementos que ligavam Nenê da Ambulância e seu filho Douglas Carvalho da Silva ao crime, fazendo a prisão preventiva da dupla nesta semana.

OUTRO LADO
Também nesta semana o advogado de defesa dos acusados, José Valdeci de Paula, em entrevista ao locutor Claret Coutinho, da Rádio Cana Verde FM, alegou inocência de seus clientes.
Para ele, pai e filho também são vítimas e não tiveram nenhuma ligação com o crime. O advogado ainda afirmou que tentará garantir a posse de Nenê da Ambulância como vereador.

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