Seu emprego vai desde a clássica delegação do povo pra que seus eleitos governem, façam as leis e promovam o bem-estar geral, até a forma de organização setorial. Define-se como “ política” toda forma de atuação de grupos de pessoas, atividades econômicas e sociais. Logo, temos a política partidária, a social, a econômica e pelo menos centenas de outras que organizam a vida do homem. Mas, neste artigo, vamos cuidar da política eleitoral, a mãe de todas, onde um dia o povo da polis (cidade) decidiu por delegar poder es aos dotados de qualidades para cuidar dos negócios públicos. Assim é no mundo todo, independente do regime ou da ideologia. Basicamente, o sistema promove eleições e o povo vota naqueles que, no raciocínio geral, melhor podem representar seus interesses.
Embora potencialmente voltada para o bem, a política traz no seu bojo todas as contradições dos grupos que a praticam. Aí é que moram os problemas. Quando radicalizam, em vez de praticá-la no lado positivo, enveredam pelo negativo e não raramente, provocam o mal às comunidades a quem deveriam servir positivamente. Daí vêm as guerras, revoluções, distúrbios, ditaduras e todos os males de que padece a sociedade. Recentemente vimos um candidato em campanha presidencial ser morto e outros atracados no vizinho Equador. A Argentina está às vésperas de eleições e sofre manifestações de rua. A Bolívia tem uma ex-presidente encarcerada e muitos problemas pontuais pululam mundo afora. Aqui no Brasil temos nosso problemas. Ainda ecoam as mortes dos prefeitos Celso Daniel (Santo André-SP) e Toninho do PT (Campinas-SP), mortes suspeitas de outros políticos e lideranças e o proselitismo resultante dos impeachments dos presidentes Fernando Collor e Dilma Rousseff, cujas conseqüências transcendem os atos em si.
Vivemos hoje uma bestial polarização política, onde esquerda e direita tratam-se como inimigas figadais e tentam destruir a liderança adversária. Por conta disso, a figura do político – que deveria ser respeitada porque se doa para a causa pública – passou a ser tratada como negativa. Os irresponsáveis do meio cuidaram de judicalizar questões que deveriam ser resikvudas nos parlamentos e com isso deram muitos tiros nos próprios pés e hoje muitos deles são réus em vez de paladinos. O quadro chega a colocar em questionamento até a sobrevivência da democracia no País, tamanhas as esqisitices que hoje se encontra no meio. A pol&i acute;tica brasileira precisa de urgentes redefinições para que a figura do político recupere o prestígio de outrora e o Estado se coloque a serviço de todos e não de radicalismos que não confessam, mas pretendem eliminar o adversário. Só iremos numa boa direção quando a política voltar a ser o templo da discussão das diferenças com respeito, dignidade e patriotismo, e tudo seja feito no pólo construtivo.
Estamos entrando em mais um calendário eleitoral. Em outubro começarão a correr prazos para as eleições municipais marcadas para o dia 6 de outubro de 2024. Naquela data o eleitorado comparecerá às urnas para escolher os prefeitos e 60 mil vereadores dos 5570 municipios que constituem o país. Os partidos já se mobiizam para a apreentação de candidatos viáveis. Congressistas e outras lideranças políticas nacionais, estaduais e regionais buscam definir seus apoiados. Isso porque os eleitos de 2024, pela natureza das funções em que será investidos, serão os melhores cabos eleitoraispara 2026, quando o País eleger&aacut e; o novo presidente da Repúbica, senadores, deputados federais, governadores e deputados estaduais.
Políticos e lideranças que têm interesses no futuro do País devem participar e buscar a forma mais pacífica e ordeira para as eleições municipais que se aproximam. Deixar para o passado as brigas e escaramuças que hoje transformam o ambiente político em ringue de lutas ou – pior – em picadeiro circense. Precisamos chegar a um estágio onde Política seja um benfazejo elemento social e leve o povo e o País a melhore dias.
Da mesma forma que os políticos buscam o melhor para si, você, eleitor, deve tomar suas atitudes. Antes de decidir seu voto, verifique se o partido que sua cidade elegeu em 2020 está cumprindo o que prometeu e se faz um bom governo. Aconselhamos ver o partido porque, infelizmente, os eleitos, mesmo tendo recebido diretamente o voto, não mandam nada. Quando assumem os seus mandatos passam a ser verdadeiros escravos ou “laranjas” da vontade do seu partido. Se sua cidade vai bem, vote pela continuidade mas, se vai mal, escolha o partido que possa fazer melhor. Essa é a única oportunidade que nós, do povo, tempos para mudar o que não está indo bem. Vamos ficar de olho n o cumprimento das promessas dos partidos, já que os eleitos não passam de vacas de presépio…
Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves – dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo)
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