Samais, empresa contratada emergencialmente, sanou problemas históricos do Samu Norte Pioneiro, venceu licitação, porém empresa perdedora ingressou com recurso e situação está indefinida

Da Redação
Há pouco mais de seis meses os municípios que compõem a área de abrangência da Amunorpi – Associação dos Municípios do Norte Pioneiro e, consequentemente de seu braço na área de saúde, o Cisnorpi – Consórcio Intermunicipal de Saúde, viviam o drama causado pela então prestadora de serviços de socorro médico, que apresar de bem remunerada, disponibilizava ambulâncias caindo aos pedaços, prestadores serviços sem receber entre outros problemas.
A situação chegou a um ponto tão dramático que a direção do Cisnorpi, presidido pelo prefeito de Jacarezinho, Marcelo Palhares, resolveu intervir, desmembrando os municípios da Amunorpi do Consórcio de Saúde de Cornélio Procópio, responsável pela gestão do Samu.
Desde então o Cisnorpi formalizou um contrato emergencial com a Samais, empresa de gestão em saúde, e, com isso, os problemas relativos às precariedades vivenciadas até então, deixaram de exisitir.
Nova licitação para contratação em definitivo de uma empresa para gerir o Samu foi realizada e a Samais foi a vencedora da disputa, porém, as concorrentes podem exercer seu direito a recursos, tanto administrativamente como no campo judicial.
Apreensão
Esse é o sentimento coletivo de trabalhadores, pacientes e comunidade geral da região com a indefinição da continuidade ou não da Samais na gestão do Samu Norte Pioneiro, após licitação realizada pelo Cisnorpi nesta semana.
O temor é que, no caso da não continuidade da Samais na gestão do Samu, os velhos problemas que assombraram moradores de toda a região durante tantos anos voltem a ocorrer.
Isso porque o processo licitatório realizado pelo Cisnorpi para contratação de empresa para realizar o serviço está indefinido. A Samais, que assumiu a gestão do Samu em parceria com o consórcio no fim do ano passado e sanou problemas históricos, foi a vencedora do pleito.
Entretanto, outra empresa participante ingressou com recurso na justiça questionando a vitória e causou a indefinição do processo. Segundo fontes ouvidas, o caso pode se tonar um complexo imbróglio judicial.
Agora existe apreensão geral em torno do tema, por se tratar de um serviço que pode significar a salvação de vidas em situações de emergência – e um Samu sucateado, como a região teve por anos, pode resultar em vidas perdidas.
Após tantos anos com problemas rotineiros e escândalos diversos envolvendo o SAMU, a realidade só mudou quando o Cisnorpi assumiu o serviço, em parceria com a Samais, no fim do ano passado, atendendo uma reivindicação de prefeitos consorciados e da comunidade em geral do Norte Pioneiro.
Desde então o que se viu foi uma nova realidade. Salários em dia e valorização e capacitação dos trabalhadores, ambulâncias novas e investimentos para garantir a estrutura adequada das bases existentes na região (em Jacarezinho, Santo Antônio da Platina, Cambará, Ibaiti, Siqueira Campos, Joaquim Távora e Santana do Itararé).
Problemas
A realidade atual, porém, contrasta com anos de problemas, conforme já citado. Seguidos atrasados de salários dos trabalhadores do Samu, veículos sucateados transportando pacientes e por vezes não transportando, por quebrar durante viagens e deixar os pacientes sem o devido socorro, queixas diversas de várias origens e a falta de diálogo e transparência com gestores e com a comunidade frente a sucessivos problemas.
Essa triste realidade só mudou quando o Cisnorpi assumiu o trabalho, regionalizando a prestação do serviço, em parceria com a Samais. Desde então a situação tem sido a oposta, com os seguidos problemas substituídos por um serviço muito bem avaliado pelos pacientes.