Crédito das fotos: Rafa Kondlatsch/Itaipu Binacional.

Assunto fez parte de debate promovido pela Itaipu Binacional na COP30, em Belém, nesta manhã de segunda-feira (17)
A Itaipu Binacional promoveu nesta segunda-feira (17), na COP30, em Belém, o evento “Floresta, Água e Bioeconomia: Inovação e Sustentabilidade para Enfrentar a Urgência Climática”. O debate contou com a participação de representantes do Banco do Brasil (BB), Instituto Socioambiental (ISA) e Organização do Tratado de Cooperação da Amazônia (OTCA), e abordou um dos temas centrais desta COP: a necessidade de proteger os ecossistemas para frear a mudança climática.
Nesse contexto, a bioeconomia se apresenta como uma das principais estratégias para não apenas manter a floresta de pé, mas também beneficiar as pessoas que contribuem para isso. Isso porque é uma forma de transformar a riqueza natural em um ativo para gerar desenvolvimento aliado à promoção de resiliência, adaptação e mitigação da mudança climática.
“Precisamos de respostas ambiciosas para proteger as florestas e os ecossistemas aquáticos, e ao mesmo tempo sustentar cadeias produtivas que geram emprego, renda e inclusão e social”, afirmou o diretor financeiro da Itaipu, André Pepitone, responsável pela mediação do debate. “A bioeconomia é uma resposta a isso. Mas, para promovê-la, é necessário enfrentar alguns gargalos, especialmente a infraestrutura limitada, a baixa valoração dos produtos florestais e o baixo investimento em ciência”, acrescentou.
A Itaipu, representada pelo engenheiro agrônomo Ronaldo Pavlak (Brasil) e pelo gestor do projeto Reserva da Biosfera, Walter Groehn (Paraguai), apresentou sua estratégia binacional que parte da preservação e conservação da Mata Atlântica em ambas as margens do reservatório, com mais de 100 mil hectares desse bioma protegidos.
A essas atividades conservacionistas, se somam iniciativas da Itaipu para desenvolver a bioeconomia local, usando a biodiversidade como um fator para a geração de renda, tais como o cultivo de plantas medicinais típicas da região; o desenvolvimento da cadeia do mel, especialmente variedades produzidas por abelhas nativas sem ferrão; assistência técnica para a produção agroecológica e para a implantação de sistemas agroflorestais, com uma rede que hoje chega a mais de 7 mil agricultores familiares; e apoio a comunidades indígenas.
Rodrigo Junqueira, secretário executivo do ISA, enfatizou a diversidade das várias bioeconomias existentes, de acordo com as realidades de cada território, e o papel que esses territórios prestam para a regulação climática. Também destacou que não é possível promover estratégias de restauração dos ecossistemas sem incluir as pessoas. “É importante dar visibilidade às pessoas que protegem as florestas”, acrescentou Cassiane Lopes, gerente de soluções em Bioeconomia e ESG do BB.
A centralidade das pessoas nos processos de conservação também foi destaque na fala da diretora administrativa da OTCA, Edith Paredes. Segundo ela, apesar de se tratar de uma organização que atua na cooperação multilateral diplomática e técnica em temas como bioeconomia, proteção da água e das florestas, há uma preocupação em envolver as comunidades. “É preciso que as lideranças comunitárias, inclusive indígenas e quilombolas, façam parte do processo de tomada de decisão”, sentenciou.






