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Acerola de Pérola, no noroeste do Paraná, tem pedido do registro de IG protocolado no INPI

A fruta é reconhecida pela qualidade e movimenta até R$ 5 milhões por safra

As famílias de produtores que cultivam acerola no município de Pérola, por meio da Cooperativa Agrícola dos Fruticultores de Pérola (Frutipérola), uniram-se ao Sebrae/PR, à prefeitura e ao Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná) para trabalhar a busca da Indicação Geográfica (IG). Desde abril do ano passado, agricultores e instituições atuam para formatar o projeto e, em setembro (11), foi protocolado a solicitação no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).

A IG é concedida Instituto a produtos ou serviços de determinada região com características próprias que os diferenciem de similares. O consultor do Sebrae/PR, Adriano Pereira da Silva, detalha que o pedido foi formalizado na modalidade de Indicação de Procedência (IP), conferida quando um local se tornou conhecido por ser o centro de produção ou fabricação de um produto ou serviço.

De acordo com o consultor, o caminho até o depósito do pedido no INPI envolveu diversas etapas. O grupo passou por ações de sensibilização, monitoramento e capacitação do comitê gestor, além da reestruturação do plano de ação e do acompanhamento técnico das atividades em campo.

O trabalho incluiu a análise e adequação de documentos, como o estatuto social da entidade que representa o grupo junto ao INPI, o levantamento e descrição detalhada da acerola e do processo produtivo, a delimitação da área geográfica e a comprovação da origem do produto. A elaboração do caderno de especificações técnicas, do plano de controle e a organização documental para protocolo oficial completam o esforço conjunto entre produtores e instituições parceiras.

O produtor rural presidente da Cooperativa Frutipérola, Edson Pinguello, investe na cultura da acerola desde a década de 1990. Ele conta que a conquista da Indicação Geográfica deve fortalecer o reconhecimento do produto.

“A IG vai melhorar a imagem da nossa acerola e consolidar uma marca local. Já iniciamos um projeto para a produção de geleia e para a venda de suco pronto, o que também vai agregar valor ao produto”, afirma.

A fruta, segundo ele, tem diversos aproveitamentos, que vão do consumo in natura e da transformação em derivados alimentícios à utilização em larga escala. Depois de processada e transformada em pó, a acerola de Pérola é utilizada pela indústria farmacêutica, por exemplo. Além disso, uma pequena parte da produção é destinada ao varejo e às compras governamentais.

“Hoje, o quilo da acerola verde é vendido a cerca de R$ 5, ou R$ 5 mil por tonelada. Esse é o valor bruto comercializado pela cooperativa”, explica o produtor.

Impactos

A obtenção do registro representará um marco estratégico para o desenvolvimento econômico, cultural e social dos produtores, do município e da região. A IG será importante em diversos aspectos, como a valorização da identidade local, pois o selo reforçará o vínculo entre a acerola e o território, promovendo o orgulho da comunidade e preservando práticas culturais e produtivas tradicionais.

O reconhecimento irá garantir ainda a diferenciação no mercado, já que a acerola ganhará destaque pela sua autenticidade e qualidade, o que aumentará sua competitividade e atratividade comercial.

“O registro promoverá ainda o estímulo ao turismo e à economia regional. A notoriedade do produto acerola poderá atrair visitantes e investidores, gerando oportunidades de negócios e fortalecendo cadeias produtivas locais. Permitirá ainda o acesso a novos mercados, pois facilita a entrada em mercados nacionais e internacionais que valorizam produtos com origem controlada e qualidade assegurada”, observa o consultor do Sebrae/PR.

Importância da produção de acerola

A cultura da acerola no município de Pérola tem grande relevância econômica, social e ambiental. Desde os anos 1990 a fruta se tornou símbolo da fruticultura local, com características únicas que a diferenciam no mercado nacional e internacional. A produção de acerola é considerada um dos pilares da economia local, pois movimenta até R$ 5 milhões por safra e gera renda para dezenas de famílias agricultoras.

Com um volume de produção, a cidade cultiva aproximadamente 30 hectares com cerca de 10 mil pés de acerola, gerando 300 toneladas por safra, tudo colhido à mão, distribuídas em cinco ciclos anuais entre setembro e maio. A Cooperativa possui cerca de 35 produtores associados.

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