
SANTA CASA DE JACAREZINHO
De acordo com o relatório final, o atual administrador da entidade, Eliezer, afirmou em depoimento à comissão que valores expressivos eram movimentados diariamente em dinheiro vivo, com anotações feitas de forma manual em um caderno, sem controle eletrônico ou contábil.
JNN
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) instaurada pela Câmara Municipal de Jacarezinho para investigar a gestão da Santa Casa de Misericórdia concluiu seus trabalhos revelando movimentações financeiras diárias em espécie que chegavam a R$ 25 mil a R$ 30 mil, sem a devida emissão de notas fiscais ou registros contábeis formais.
De acordo com o relatório final, o atual administrador da entidade, Eliezer, afirmou em depoimento à comissão quevalores expressivos eram movimentados diariamente em dinheiro vivo, com anotações feitas de forma manual em um caderno, sem controle eletrônico ou contábil. O documento considera o caso “gravíssimo”, por envolver recursos públicos que devem seguir regras rígidas de transparência e prestação de contas.
O relatório também destaca que os problemas já haviam sido identificados em 2023, conforme auditoria realizada ainda na gestão do então administrador Nelson Toloto. Em resposta a ofícios da comissão, a Santa Casa confirmou que havia um responsável pelo manuseio direto desses valores, sem o devido respaldo documental exigido pelas normas de gestão pública.
Para o presidente da CPI, vereador Waguinho da Saúde (PP), o caso exige medidas firmes e fiscalização rigorosa dos órgãos competentes.
“Estamos falando de dinheiro público que deveria estar sendo aplicado integralmente na saúde da população. A CPI descobriu que quantias altas circulavam em espécie, sem registro formal. Isso precisa ser apurado a fundo, com total transparência”, destacou o parlamentar.
A CPI teve duração de quatro meses e meio e passou por mudança em sua composição: o então relator José Antônio Costa (Republicanos) renunciou ao cargo, sendo substituído por Serginho Marques (PT), que assumiu a relatoria. O vereador Marcos Selonk (MDB) passou a integrar a comissão como membro efetivo.
O relatório final será encaminhado ao Ministério Público e ao Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE-PR), recomendando auditoria completa nas contas da Santa Casa e a responsabilização dos gestores e servidores envolvidos.