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17 mil toneladas de alimentos da agricultura familiar abastecem escolas anualmente

PARANÁ

Frutas frescas, legumes orgânicos e hortaliças chegam diariamente ao prato dos cerca de 1 milhão de estudantes da rede estadual graças à compra crescente de alimentos da agricultura familiar.

Aen 

Foto: Wellington Lenon

Cada vez mais o Governo do Paraná, por meio do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Educacional (Fundepar), investe no que é produzido localmente para compor a alimentação nas mais de 2 mil escolas do Estado. Frutas frescas, legumes orgânicos e hortaliças chegam diariamente ao prato dos cerca de 1 milhão de estudantes da rede estadual graças à compra crescente de alimentos da agricultura familiar.

“Hoje, o Paraná adquire mais de 17 mil toneladas de alimentos da agricultura familiar que são produzidos por cerca de 20 mil famílias, sendo que 1.400 delas têm foco na produção orgânica. São ovos, frutas, legumes, verduras, hortaliças, arroz, feijão, grãos, leite, iogurte e pães que representam 34% de tudo o que é comprado para a alimentação escolar”, afirma o secretário estadual da Educação, Roni Miranda.

INVESTIMENTO

Em 2025, além de aplicar 100% dos recursos federais vindos do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) na compra de agricultores familiares, o Paraná destinou mais de R$ 150 milhões à agricultura familiar. “Nosso Estado é referência na área. Já fomos reconhecidos pela OMS e pelo Ministério da Saúde por termos uma das melhores práticas na aquisição de frutas, legumes e verduras diretamente da agricultura familiar por um órgão público”, destaca a diretora-presidente do Fundepar, Eliane Teruel Carmona.

Conforme explica a nutricionista Responsável Técnica pela execução do PNAE do Fundepar, Andréa Bruginski, a compra da agricultura familiar segue três critérios principais: priorizar a produção local, o que incentiva circuitos curtos de comercialização, reduz emissão de CO2 e garante alimentos mais frescos; dar preferência a assentamentos da reforma agrária, indígenas, quilombolas e mulheres, com foco no desenvolvimento de comunidades vulnerabilizadas; e incentivar a produção orgânica.

“Vários municípios melhoraram o Índice de Desenvolvimento Humano por conta desse recurso que passou a entrar. Os dois lados da cadeia são atendidos: o desenvolvimento socioeconômico e o aumento no consumo de alimentos frescos e naturais pelos estudantes”, completa.

Ana Veiga, diretora há seis anos do Colégio Estadual Dom Orione, de Curitiba, conta que percebeu mudanças positivas nos estudantes após a ampliação da oferta de produtos orgânicos da agricultura familiar no cardápio da escola. “As merendeiras usam esses alimentos para preparar pratos diversificados e, assim, conseguimos oferecer aos alunos produtos que, muitas vezes, eles não consumiriam. Eles adoram principalmente as frutas”, afirma.

Segundo Veiga, a escola realiza um trabalho contínuo de conscientização sobre a importância da inserção de alimentos orgânicos da agricultura familiar na alimentação diária dos estudantes. Foi com esse objetivo que, no ano passado, o colégio criou uma horta, onde os alunos cultivam diversos produtos, como couve, alface, café, manjericão, cenoura, cebolinha, orégano, morangos e tomate. “Hoje, os alimentos da horta também são usados na merenda e, quando sobra, nós distribuímos para os alunos. É uma experiência completa de educação alimentar”, destaca a diretora.

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COMPRA DIRETA PARANÁ

O Governo do Paraná também atua, por meio da Secretaria de Agricultura e Abastecimento (SEAB), com a aquisição de alimentos de cooperativas e associações da agricultura familiar para distribuí-los a grande parte da rede socioassistencial do Estado, como casas de longa permanência, hospitais filantrópicos e restaurantes populares.

“Desde sua implementação, em 2020, ele investiu R$ 207,6 milhões na agricultura familiar do Estado, distribuindo 27,4 mil toneladas de alimentos diversos para garantir comida de verdade no prato de quem mais precisa”, destaca o Secretário de Agricultura e Abastecimento, Marcio Nunes.

Desafio 

Implementado em 2020 em um contexto desafiador, o programa consiste na aquisição de gêneros alimentícios das cooperativas e associações da agricultura familiar e sua distribuição para grande parcela da rede socioassistencial de todo o Estado (Centros de Referência em Assistência Social -CRAS), casas de longa permanência, hospitais filantrópicos, restaurantes populares, entre outros.

O programa, além de beneficiar a população mais vulnerável, também beneficia agricultores familiares, responsáveis pela produção e abastecimento de grande variedade dos alimentos que compõem a cesta básica da população.

“O programa representa uma política de triplo impacto: econômico, com o fortalecimento de pequenos produtores; social, com a garantia de uma alimentação saudável; e ambiental, fomentando modelos sustentáveis de agricultura”, pontua a chefe do Departamento de Segurança Alimentar e Nutricional da SEAB, Márcia Stolarski.

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