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Neurologista aborda autismo em adultos no Assembleia Entrevista desta semana

SAÚDE

Especialista explica por que o diagnóstico de autismo em adultos ainda é pouco comum e os impactos do reconhecimento tardio.

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Felipe Bottamedi

Arte: Anne Botero

A edição desta sexta-feira (16) do programa Assembleia Entrevista, da TV Assembleia, é sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA) em adultos. O neurologista Matheus Trilico explica sobre a maior incidência de diagnósticos e as dificuldades de quem convive com a condição, mas não sabe. A conversa é conduzida pela jornalista Gisele Camargo. Ela vai ao ar às 13h, no canal da TV Assembleia, com reprise às 18h.

Conforme Trilico, o número de diagnósticos cresceu, mas ainda está longe de dar conta da realidade. “A maioria tem vergonha e não busca [identificar], ainda mais quando a gente fala de homens. Homem não quer nem saber de cuidar da saúde. Então é um processo muito complexo”, explica.

A “porta de entrada” de muitos adultos para a consciência do TEA costuma ser a paternidade ou a maternidade. “Geralmente eles veem os filhos diagnosticados com dificuldades, porque ainda a atenção é maior para as crianças, e [o adulto] começa a parar e pensar ‘nossa, eu era assim’”, conta o neurologista. Estudos ainda incipientes apontam probabilidade de 40% a 50% de pais de autistas também conviverem com a síndrome. 

Segundo o neurologista, a consolidação da internet e a maior capacitação dos profissionais sobre o tema também contribui para a ampliação dos diagnósticos vista hoje. Estima-se que mais de 1% da população mundial é autista. A entrevista é também uma oportunidade para as pessoas conhecerem informações gerais sobre o transtorno, como os níveis de gravidade e as suas características.

Trilico ressalta a importância de identificar a condição precocemente. A consciência do autismo evita que muitas pessoas desenvolvam o “masking”, estratégia adotada por autistas para camuflar as características da condição. “Basicamente é incorporar um personagem. Então os pacientes dizem que vestem uma máscara e tiram quando chega em casa e estão sozinhos. Imagina passar todos os dias da sua vida fingindo ser alguém que você não é? Não tem como isso ser fácil”, pontua o doutor.

“Você gasta energia, isso consome a pessoa. Então isso leva a ansiedade, a depressão, inclusive aumentando o risco de suicídio. A gente sabe que o risco de suicídio nos autistas é muito maior do que na população geral”, destaca Trilico. Outro prejuízo é o burnout autístico – o esgotamento das pessoas que convivem com a condição.

Informações de serviço sobre como realizar os diagnósticos, bem com os preços que costumam ser cobrados para tanto, também podem ser obtidas no programa. “Todo mundo merece ter uma vida melhor, se sentir mais incluído, se sentir mais pertencente a si mesmo. A vida é muito curta para a gente passar tanto tempo carregando tanto peso, com tanta dificuldade”, conclui o especialista.

TV Assembleia

O programa “Assembleia Entrevista”, da TV Assembleia — canal da Assembleia Legislativa do Paraná — pode ser assistido sintonizando o aparelho de televisão no 10.2 (rede aberta, em Curitiba e Região Metropolitana) e no canal 16 (Claro/NET).

Desde agosto, o programa é transmitido às quintas-feiras, às 13h, no canal da TV Assembleia, com reprise às 18h.

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