
Família levou o adolescente ao hospital, mas o soro antiescorpiônico estava em falta
Isabelle Sales/ Bem Paraná
Thaygo Henrique Bara Milani, de 12 anos, morreu na noite desta segunda-feira (13), após ser picado por um escorpião-amarelo dentro de sua residência em Cambará, no Norte do Paraná. O acidente ocorreu enquanto ele tentava alcançar um carrinho de brinquedo atrás do sofá.
A família afirmou que buscou atendimento imediatamente, mas o hospital local não possuía soro antiescorpiônico. O menino chegou a ser encaminhado para Jacarezinho, mas a ambulância precisou retornar a Cambará durante o trajeto devido à piora de seu quadro clínico.
O soro finalmente chegou ao município por meio da 19ª Regional de Saúde e foi administrado horas após a picada. Thaygo recebeu seis ampolas, apresentou melhora inicial e foi transferido para o Hospital Universitário de Londrina, onde não resistiu às complicações e acabou falecendo.
O secretário interino de Saúde do Paraná, César Neves, informou que o tempo de aplicação do soro foi considerado adequado. Ele explicou que a falta do antídoto no hospital de Cambará se deve à ausência de câmaras frigoríficas específicas, necessárias para o armazenamento do medicamento. A Secretaria de Estado da Saúde anunciou que irá investigar o caso.
Em julho deste ano, uma criança de 3 anos também foi picada por escorpião e faleceu por falta de soro. O caso aconteceu no mesmo município.
Prefeitura emite nota pela morte de Thyago
Em nota divulgada nas redes sociais, a Prefeitura de Cambará lamentou a morte do menino e reforçou que todos os protocolos de emergência foram seguidos. O município também informou que está se preparando para armazenar o soro em conformidade com as exigências técnicas do estado.
A Prefeitura de Cambará manifesta seu profundo pesar pelo falecimento de uma criança de 12 anos, vítima de picada de escorpião amarelo, ocorrido neste domingo, 12 de outubro.
O paciente deu entrada no Pronto Socorro Municipal às 18h06, sendo imediatamente avaliado pela equipe médica. O CIATox (Centro de Informação e Assistência Toxicológica) foi acionado e orientou a administração de medicamentos sintomáticos e a observação do quadro clínico.
Às 18h36, a criança apresentou sintomas compatíveis com envenenamento – como calafrios, cefaleia, náuseas e prostração – e, conforme nova orientação do CIATox, foi solicitada a transferência para uma unidade de referência que possuía o soro, no caso, a Santa Casa de Jacarezinho.
Pouco tempo depois, uma ambulância básica do SAMU chegou ao Pronto Socorro para realizar o transporte. Durante o deslocamento, o quadro clínico do paciente se agravou, com queda na saturação, e a equipe decidiu retornar imediatamente ao Pronto Socorro de Cambará.
Simultaneamente, a equipe avançada do SAMU e a 19° Regional de Saúde foram acionadas e seguiram para Cambará levando o soro antiescorpiônico, conforme protocolo.
Por volta das 19h30, o soro já estava sendo administrado na criança, totalizando seis ampolas, de acordo com orientação técnica do CIATox. Após a aplicação, o paciente apresentou melhora imediata do quadro clínico e, concluído o tratamento, foi transferido pelo SAMU para o Hospital Universitário de Londrina, saindo de Cambará por volta das 20h15, em estado estável, segundo relato médico.