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Servidor da Prefeitura lança livro no próximo sábado

André Guilherme trabalha no departamento de TI

Assessoria

Folhear e fixar os olhos em cada página é mergulhar no agradável encontro entre luz e sombra da existência. Cada página deste livro dá a impressão de revelar que a beleza não está apenas na claridade dos dias fáceis, mas também na força silenciosa que se encontra na ausência, na contemplação, na experiência, no vazio.

“Já não suponho girassóis em dias ensolarados” é o título do primeiro livro de poemas do escritor platinense André Guilherme de Almeida (32 anos), que será lançado no próximo sábado, dia 6, às 19h30, na Biblioteca Cidadã “Dorothéa Marques Guimarães”, na Rua 13 de Maio, nº 195, esquina com a Rua Arthur Franco, Praça São Benedito, no Centro da Cidade.

Formado em Letras/Inglês pela Universidade Estadual do Norte do Paraná (Uenp) e técnico em TI, o autor que mora no Bairro Aparecidinho II, diz que cada poema apresenta uma espécie de narrativa poética em si, transmitindo o sentimento daquele personagem no momento do poema.

A primeira parte do livro traz 22 criações poéticas e “se propõe a ser um grito, uma denúncia, um pouco daquilo que observo vivendo a realidade social, no Brasil, no século XXI” e, a segunda, 35 inspirações do autor “repletas de nostalgia e memórias cotidianas, vivências que poderiam ser as minhas ou as suas, lembranças de todos nós”, tudo isso distribuído em 85 páginas da obra lançada pela Desconcertos Editora de São Paulo.

Inspiração

Onde buscou motivação para escrever este exemplar André destacou que “alguns poemas, em especial os da segunda parte, são autobiográficos, há poemas sobre minha infância, a ida para o sítio do meu avô nas férias; histórias de terror com os amigos, em volta da fogueira da beira da rua e até um gato que eu tive. Mas, de modo geral, criei ficções baseadas na minha leitura da realidade brasileira, daquilo que recebo de informação, de maneira formal, mas também de histórias do cotidiano, das vivências”.

Se houve algum autor que o inspirou a escrever, citou que “Luiz Ruffato, apesar de romancista, me inspira muito ao retratar a realidade brasileira, e a Conceição Evaristo também. Poetas como Leminski, Arnaldo Antunes, Waly Salomão, que me inspiram a buscar a inovação estética. Ajudam-me a agir em poesia sempre no sentido da criação de um estilo que seja original, novo”.

O Tempo

Segundo ele, o livro “já estava pronto há dois anos, mas só agora consegui uma editora para publicar, da maneira como eu queria que fosse”. E continuou: “a segunda parte do livro, ironicamente, veio primeiro. A ideia é criar uma polifonia poética, isso significa ter várias vozes poéticas, como se fossem várias pessoas diferentes escrevendo sobre o cotidiano, algumas vezes amargo, outras doce, mas sempre vida”.

Quanto ao obstáculo em escrever esta obra, disse que “a maior dificuldade foi conseguir reunir os poemas dentro de uma temática coerente, que fizesse sentido como obra única”.

Humanização

Perguntado sobre o que espera do leitor diante da análise de sua obra, se reflexão, emoção, ação, identificação, disse “pretendo gerar reflexões sobre nossa vida em sociedade, perpassada por preconceitos, tristezas e egoísmo, mas também por alegrias, solidariedade e amor. Não pretendo mudar a realidade com esses poemas, mas é uma tentativa de humanizar quem quer que venha a lê-lo. Como dizia o professor Antonio Candido, esse é o papel da literatura, humanizar”.

O servidor platinense e autor de “Já não suponho girassóis em dias ensolarados”, relatou que não possui uma rotina de escrita, na realidade, “são fases, às vezes mais produtivas, outras menos”.

Sobre qual seu gênero e subgênero preferido de livros, se poesia, romance, ficção, afirmou que “por incrível que pareça, leio mais prosa que poesia, gosto muito de romances contemporâneos, como Luiz Ruffato, Conceição Evaristo, Valter Hugo Mãe. Recentemente li meu primeiro livro da Clarice Lispector, “A hora da Estrela” e estou lendo atualmente o clássico alemão “O lobo da estepe”, de Herman Hesse. Mas também leio bastante poesia obviamente, Paulo Leminski, Arnaldo Antunes, alguns dos poetas marginais, como Torquato Neto e Waly Salomão, entre outros. Minha namorada me emprestou um livro de poemas muito bom: “Árvore de Diana”, da argentina Alejandra Pizarnik”.

Motivação

A temática do livro de André Guilherme é social, segundo afirmou, “tratando de pessoas, política, no sentido de demarcar uma posição diante das mazelas da sociedade e histórica, na essência que é atravessada pela memória coletiva, pelo peso dos acontecimentos e pelas marcas deixadas pelo tempo nas subjetividades”. E completou: “minha motivação foi justamente a necessidade de registrar essas tensões – entre o íntimo e o coletivo, entre a experiência individual e os ecos da História –, de transformar em poesia aquilo que muitas vezes é silenciado no cotidiano”.

Para ele o livro “surge, assim, como uma tentativa de dar voz ao que permanece nas margens, àquilo que se esconde nas frestas, mas que também compõe a realidade que vivemos”.

“Sou o que sou”

O que o livro representa na caminhada como escritor, disse que “trata-se do primeiro sonho realizado nessa carreira, estou muito feliz e já pensando nos próximos. Pretendo seguir estudando e escrevendo. Esse livro também é uma retribuição a todos aqueles que fazem parte desse caminho, e a todos os que ficaram pelo caminho também. Sou o que sou e escrevi o que escrevi, por tudo que vivi”.

Próxima publicação

Se há outro trabalho literário em andamento, destacou que “tenho alguns poemas escritos para um projeto futuro. O título provisório é “O que há depois das reticências”, e são poemas mais intimistas”.

O que deseja para uma pessoa que tem a intenção de querer escrever um livro, o autor platinense apontou: “persistência e muita leitura, não há como escrever nada sem ler muito. Ler livros para ler a vida, ler a vida para escrevê-la. Esse seria meu conselho”.

Como descreve seu livro em uma frase, assim expressou o autor platinense, servidor da Prefeitura de Santo Antônio da Platina, André Guilherme: “Um olhar sobre a vida e uma reflexão sobre o que é possível mudar para que ela seja plena para todos”.

Visita

O prefeito Gil Martins recepcionou no gabinete da Prefeitura, na tarde de quarta-feira (3), o escritor André Guilherme, quando destacou que “além de servir o Município há 12 anos com seu talento no departamento de Tecnologia da Informação (TI), também está aqui um destaque platinense da literatura, que com sua obra, leva o nome de Santo Antônio da Platina para o Paraná, para o Brasil, através da arte literária. Parabenizo o André Guilherme por acreditar na Literatura e convido a todos para prestigiarem o lançamento do livro neste sábado (6), às 19h30, na Biblioteca Municipal perto do CEDI (Centro de Diagnóstico e Imagem)”.

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