Santo Antônio da Platina
Projeto passou por 6X2; quatro vereadores não compareceram

Gladys Santoro Biaggioni
Em sessão extraordinária ocorrida na noite de quarta-feira, 16, na Câmara Municipal de Vereadores de Santo Antônio da Platina, para votação do projeto de lei 53/2025, que substituiu o projeto de lei 36/2025, passou folgado na primeira votação: 6 votos a favor e dois contra. Quatro vereadores faltaram: Irmão Paulinho, Buchecha, Flavinho Maiorky e Karla da Saúde. A segunda votação será na sexta-feira, 18, às 14 horas.
Polêmica
Os vereadores que votaram contrário representaram uma boa parcela da população que não concorda com os gastos apontados, e onde eles serão aplicados. O vereador Leônidas Silva, por exemplo, criticou a abertura de mais 3 secretarias e 10 cargos diretor, além de varias funções gratificadas. “Eu e meu colega Marcelino votamos o contrário. Parece que os gestores de Santo Antônio da Platina vivem em uma bolha, que não visualizam o que o município vem passando aumentando as despesas em cerca de R$ 1.300 milhão”, comentou o vereador Leônidas salientando que a cidade tem carências que refletem direto nos moradores e que precisam ser sanadas, como na área da Saúde e Educação. O vereador Marcelino também pensa da mesma forma que seu colega Leônidas e ainda disse que alguns itens, como a Casa da Mulher e o Complexo do Idoso deveriam constar em projetos diferentes.
O projeto
O projeto de lei 53/2025 trata de uma ampla reforma administrativa, que prevê a criação de novas secretarias e com elas toda a estrutura necessária. Também atrai votos, a criação da Casa da Mulher e o Complexo do Idoso, ambos com investimentos previstos na faixa dos R$ 7 milhões.

Diretorias já estabelecidas há anos acabam ganhando secretarias, como a de Agricultura, Esportes e Cultura. Enfim, ao todo, a reforma administrativa deve custar cerca de R$ 10 milhões para os cofres públicos.
Quem votou a favor, na maioria das vezes, justificou se apoiando no crescimento da cidade, e na necessidade de acompanhar os municípios do mesmo porte e mais evoluídos, e na oferta de serviços mais qualificados aos cidadãos.
A indignação à base de “Café com Pimenta”
O site “Café com Pimenta”, de Janderson Rodrigues mostrou sua indignação com o resultado da votação de ontem, refletindo o pensamento de muitos moradores. Janderson já havia detalhado o projeto em edição anterior onde apontava os exageros em relação a gastos referentes a Reforma e as necessidades da cidade, que causam sofrimento à população. Ele também criticava os vereadores dizendo que a Câmara Municipal “virou um puxadinho do prefeito Gil”.
Hoje, o Café com Pimenta estava mais apimentado do que nunca. Seu autor chama o projeto de imoral.
“É assim que pode ser chamado o projeto recentemente analisado na Câmara Municipal, um documento inchado de cargos comissionados, funções gratificadas e privilégios que se multiplicam sem pudor. Um volume extenso, burocraticamente bem costurado para se encaixar na legalidade, mas impregnado de uma pesada carga de imoralidade e desrespeito à economia pública”, diz logo no início.
“O Café com Pimenta esteve presente em todas as sessões, acompanhou atentamente os debates e registrou cada ausência, cada silêncio constrangedor e cada discurso que mais parecia uma peça de defesa pessoal do que uma prestação de contas à população. A sociedade, que já paga a conta de uma máquina pública inchada e ineficiente, se vê agora diante de um documento que, se aprovado em sua integralidade, ampliará ainda mais o fosso entre o cidadão comum e os privilégios da elite política local”.
“Nos microfones, porém, não faltaram vozes que, em vez de defenderem o interesse público, se dedicaram a justificar o injustificável. Houve vereador que citou a necessidade de “estrutura administrativa” como desculpa para manter cargos que, na prática, servem mais ao apadrinhamento do que ao serviço público. Outros optaram por discursos longos, recheados de tecnicismos, tentando convencer a população de que legalidade é sinônimo de moralidade. Não é. Nunca foi”, garantiu.
O texto do site também fala sobre vereadores de postura independente, que cobraram mais responsabilidade fiscal, lembrando que cada cargo criado representa menos dinheiro para áreas essenciais como saúde, educação e infraestrutura. “Ainda assim, foram minoria. E a minoria, todos sabemos, não pauta o resultado final”.
“Ao final da sessão, ficou a sensação amarga de que o mandato popular, que deveria ser sinônimo de compromisso com a comunidade, foi reduzido a um jogo de interesses. Um jogo caro, custoso e pouco transparente. O Café com Pimenta reforça: a legalidade não basta. Há que se respeitar também o princípio da moralidade administrativa e o clamor por economia pública”, conclui.
