
O aumento de 45% no preço da saca de café — de R$ 1.151,55 para R$ 2.083,57 — tem qualificado significativamente a renda dos produtores do Norte Pioneiro, destacou nesta segunda-feira (30) o deputado Luiz Cláudio Romanelli (PSD), ao comentar as estimativas de produção divulgadas em junho pelo Deral (Departamento de Economia Rural), órgão da Secretaria Estadual da Agricultura e Abastecimento.
“São valores fantásticos, que devem ultrapassar R$ 1,5 bilhão. Grande parte dessa riqueza vai impulsionar a economia dos 45 municípios que se dedicam à produção de café no Norte Pioneiro”, afirmou Romanelli, que representa a região na Assembleia Legislativa e no Governo do Estado.
Segundo o Deral, 36% das 713 mil sacas estimadas para a safra atual já foram colhidas, com a produção concentrada em cidades como Carlópolis, Pinhalão e Ibaiti. Em maio do ano passado, a saca era vendida por R$ 1.151,55. Já em 18 de junho deste ano, o valor chegou a R$ 2.083,57 — um aumento de mais de 80%.
Produção regional
Além dessas cidades, outros importantes municípios produtores da região incluem Tomazina, Siqueira Campos, Salto do Itararé e Joaquim Távora. “O concurso Café Qualidade Paraná já premiou produtores de diversas cidades da região, como Congonhinhas, Cornélio Procópio e Jacarezinho, o que evidencia a expressiva qualidade do café cultivado no Norte Pioneiro”, ressaltou Romanelli.
De acordo com o deputado, a região produz cerca de 31 toneladas de café em 17 mil hectares, distribuídos em 45 municípios, com a participação de aproximadamente 4.800 cafeicultores. “Além da quantidade, temos cafés especiais com altíssima qualidade, indicação geográfica, premiações e consumo garantido nos grandes centros. Destaco ainda o trabalho exemplar do projeto Mulheres do Café, presente em 11 cidades da região”, disse.
Mulheres do Café
Romanelli também destacou o projeto Mulheres do Café, que valoriza a produção e a comercialização de cafés especiais por meio do protagonismo feminino na cafeicultura. A iniciativa está presente nos municípios de Curiúva, Figueira, Ibaiti, Japira, Jaboti, Pinhalão, Tomazina, Siqueira Campos, Salto do Itararé, Joaquim Távora e Carlópolis.
Mais de 250 mulheres participam do projeto, organizadas em 12 grupos. “O Mulheres do Café é um excelente exemplo da força da agricultura familiar e do protagonismo feminino na produção rural. Além de movimentar a economia, tem projetado a região internacionalmente”, destacou o deputado.
Carlópolis, que responde por um quarto da produção estadual de café, teve em 2024 o maior incremento absoluto no Valor Bruto de Produção (VBP) no Paraná: saltou de R$ 513 milhões para R$ 763 milhões, impulsionada principalmente pela cafeicultura. No Estado como um todo, a cultura do café voltou a superar o patamar do bilhão, passando de R$ 563 milhões para R$ 1,1 bilhão neste ano.