OPERAÇÃO ILUSÃO DE ÓTICA
São José da Boa Vista

Administração municipal diz ter sido a primeira a denunciar movimentações suspeitas e acredita em ataque hacker. Prefeito Dr. Zezinho repudia tentativas de politização do caso.
Redação Correio do Norte
Na manhã de quinta-feira (24) São José da Boa Vista foi surpreendida com a deflagração da Operação Ilusão de Ótica da Polícia Federal. A investigação apura o desvio de R$ 288 mil em recursos federais destinados ao município por meio do Sistema Único de Saúde (SUS).
Apesar da repercussão, a Prefeitura de São José da Boa Vista afirma que foi a própria administração quem denunciou o desaparecimento dos valores ainda em dezembro de 2024, logo após identificar a ausência de recursos nas contas da Caixa Econômica Federal. Segundo o prefeito Dr. José Lázaro Ferraz, o Dr. Zezinho, desde o início o caso foi tratado com total seriedade, e as autoridades competentes foram imediatamente notificadas, incluindo o registro de boletim de ocorrência na Polícia Federal.
Hacker
“O que temos até aqui é um indício de que houve uma invasão hacker, e não qualquer tipo de esquema dentro da gestão. Nossa administração jamais compactuou com desvios ou irregularidades. Pelo contrário, fomos os primeiros a comunicar o problema e seguimos colaborando de forma transparente para que tudo seja esclarecido”, destacou o prefeito.
A operação cumpriu seis mandados de busca e apreensão, atingindo a sede das secretarias de Finanças e Saúde, além das residências dos dois secretários. Durante a ação, foram apreendidos celulares e computadores, inclusive equipamentos da própria prefeitura. O secretário de Finanças, João Carlos, conhecido como Juninho, foi afastado temporariamente do cargo até a conclusão da investigação – medida que – segundo ele, também foi recebida com surpresa pela equipe de governo.
Em entrevista ao Correio do Norte, Juninho reforçou que a denúncia foi feita pela própria prefeitura, e que em nenhum momento se cogitou envolvimento de servidores. “Fui eu quem procurou a Polícia Federal quando percebemos o problema. Acreditamos que nossas senhas e sistemas foram invadidos, e que o desvio foi praticado por criminosos externos. Infelizmente, a interpretação de que houve participação de funcionários pode ser um erro que está custando muito caro para quem sempre trabalhou com responsabilidade”, afirmou.
PF
A Polícia Federal, por sua vez, divulgou nota em que aponta movimentações suspeitas feitas com assinaturas eletrônicas vinculadas a servidores autorizados. Os recursos teriam sido transferidos para contas de empresas em Guarapuava (PR) e Joinville (SC), com saques programados no mesmo dia da fraude.
Esclarecer e zelar
Mesmo diante da investigação, Dr. Zezinho reforçou que a gestão municipal permanece firme em seu propósito de esclarecer os fatos e zelar pelo bom uso dos recursos públicos. Ele também repudiou a tentativa de setores da oposição em usar a situação para desgastar politicamente a atual administração.
“Temos a consciência tranquila. Não aceitamos desvio, fraude ou qualquer tipo de esquema na nossa gestão. Estamos colaborando com todas as etapas da investigação e temos plena confiança de que a verdade prevalecerá. Há uma tentativa clara de transformar um ataque criminoso em palanque político, mas seguimos firmes na nossa responsabilidade e no respeito à população”, declarou o prefeito.
Medidas tomadas
As investigações prosseguem para apurar se o desvio foi resultado de um ataque externo ou se houve participação interna. A prefeitura reafirma que todas as medidas foram tomadas desde o primeiro momento e que mantém seu compromisso com a transparência, a verdade e a correta aplicação dos recursos públicos.