Evento mostra resultados parciais de pesquisas sobre diversos temas ligados à sustentabilidade da produção agropecuária
Assessoria

Começou nesta terça-feira (8), na usina de Itaipu, em Foz do Iguaçu, o II Workshop Aisa. O evento tem como objetivo apresentar resultados parciais de uma série de pesquisas realizadas pelo programa Ação Integrada de Solo e Água, que une a Itaipu, Embrapa, IDR-Paraná, Esalq-USP e Faped.
“São projetos de pesquisas que estão avaliando o efeito das boas e das más práticas agropecuárias no Paraná e no Mato Grosso do Sul, para a produção de água nas bacias hidrográficas”, explicou o gestor e idealizador do programa pela Itaipu, Hudson Lissoni Leonardo. “Os resultados têm mostrado que as boas práticas, que resultam em mais lucro para o produtor rural, são exatamente as mesmas que trazem benefícios para a Itaipu em termos de produção hidrelétrica”, completou.
Isso porque os dados com que o Aisa trabalha também contribuem com a previsibilidade da geração de energia na Itaipu. “A partir dos parâmetros que a equipe do Aisa está coletando, é possível saber como a água infiltra no solo, que caminhos ela percorre. E a partir disso, com os modelos hidrológicos da operação da usina, nós podemos estimar quanto tempo vai levar e quanta água da chuva vai chegar ao reservatório. E isso vai possibilitar saber quanta energia a Itaipu vai gerar”, complementou Luiz Henrique Maldonado, da Divisão de Estudos Hidrológicos e Energéticos da Itaipu.
As pesquisas do Aisa abrangem práticas de conservação de solo que permitem controle da erosão, evitam o assoreamento (depósito de sedimentos no reservatório) e melhoram a infiltração e a retenção de água no solo, como o uso de terraços agrícolas, plantio direto, rotação de culturas, conservação de florestas nativas, entre outras. O apoio da Itaipu ao Aisa faz parte do programa Itaipu Mais que Energia, de ações socioambientais no PR e no MS, alinhadas com as políticas públicas do Governo Federal.
“Se o produtor rural observa os cuidados que precisa ter, como a rotação de culturas, se ele observa o tipo de solo, o relevo da propriedade, os períodos adequados de chuvas, então consegue ter mais equilíbrio e melhorar a sua produtividade ao longo do tempo”, afirmou Marcelo Francia Arco-Verde, chefe da Embrapa Florestas, uma das quatro unidades da Embrapa que integra a iniciativa (as demais são a Embrapa Solos, Embrapa Soja e Embrapa Agropecuária Oeste).
Uma das linhas de pesquisa é sobre o papel das matas nativas. Arco-verde destacou que elas desempenham um papel fundamental na produção agropecuária, contribuindo principalmente com a regulação da temperatura e do ciclo da água. “Com essas florestas, você mantém as nascentes vivas, produzindo água. Por outro lado, se você tira essas matas dos locais onde elas precisam estar, acaba gerando inúmeros problemas”.
Ao todo, mais de 400 profissionais das instituições parceiras estão envolvidos com o Aisa. Somente no IDR-Paraná, são cerca de 150 pessoas dedicadas a 11 projetos de pesquisa e assistência técnica e extensão rural. Para a diretora de pesquisa e inovação da instituição, Vânia Moda Cirino, a participação no programa é uma excelente oportunidade para promover o avanço científico, a capacitação de recursos humanos e a formação de políticas agrícolas que visam a beneficiar produtores e comunidades do Paraná.
“São tecnologias que levam desenvolvimento social e econômico, que contribuem com a segurança hídrica; com o aumento da rentabilidade; com o cultivo de produtos mais saudáveis; com menor uso de insumos; e, portanto, para uma maior segurança alimentar”, disse Vânia.
Representando a Faped, a gerente executiva Simone Anjos, destacou o compromisso da instituição de contribuir com a gestão financeira e a transparência na aplicação dos recursos, incluindo a contratação de 100 profissionais (entre celetistas, bolsistas e estagiários), que atuam exclusivamente no projeto. “Esse suporte de pessoal é determinante para alcançarmos os objetivos estabelecidos com excelência”, concluiu.
A apresentação de resultados do programa Aisa segue até esta quarta-feira (9), no Cineteatro dos Barrageiros, na Itaipu Binacional.






