Entre tantos comentários, um deles causou tristeza: “Perdemos nossa praça”.
Gladys Santoro Biaggioni
Um vídeo despretensioso, muito mais em forma de desabafo do que de reclamação, postado no facebook do morador Guilherme Muniz na manhã de hoje, tomou uma proporção bem maior do que o seu autor imaginava.
A reportagem da Tribuna do Vale percebeu e entrou em contato com ele, que explicou que mora perto da praça e que na madrugada desta terça-feira, 18, por volta da 1 hora, escutou muito barulho e foi ver o que era. “Havia viatura da polícia e do Corpo de Bombeiros. Alguém colocou fogo em um coqueiro, que acabou se alastrando pela árvore toda e assustando moradores das proximidades e pessoas que passavam pelo local naquele momento. Essa atitude me levou a fazer aquele vídeo onde eu comento sobre a péssima frequência da praça durante a noite”, contou. Segundo ele e outras centenas de pessoas que assistiram seu vídeo e fizerem comentários, moradores de rua estão se juntando cada vez mais na praça, onde usam drogas, o banheiro e até entram no chafariz para se refrescar.
Guilherme lamentou a situação elogiando a beleza da praça, o uso lúdico dela quando os pais levam as crianças para brincar, o pessoal da Igreja Matriz realiza atividades religiosas, os artistas quando expõem seus artesanatos, enfim, a praça tendo sua finalidade principal sendo devidamente respeitada. “A praça tem que ser preservada para a população. Não pode ter esse tipo de ameaça, que espanta famílias, que impede passeios nessas noites quentes. Tem moradores de rua ali que chegam a ser agressivos, outros mexem com as mulheres, todos os dias tem brigas entre eles. E se for ver, nem é um problema difícil de resolver. Muitas cidades estão passando por essa dificuldade, mas estão tomando atitude. Eles não podem ficar na praça nem na rodoviária. São locais que precisam ser respeitados e manter o trânsito livre para quem realmente tem direito”.
Alguns comentários
Até onde a reportagem pode ver, ainda no período da manhã já havia mais de 100 comentários no vídeo. A maioria citando situações constrangedoras causadas pelos novos donos da praça. “Na semana passada, as 17 horas, havia uma moça quase pelada andando no meio da praça”; outro atribui a quantidade de furtos, inclusive de fiação, aos novos inquilinos da praça.
Pessoal do comércio também comentou. Alguns funcionários dizem que não têm tempo para ir para casa na hora do almoço e que gostariam de ficar na praça, mas que está impossível. “Tomaram nossa praça”, disseram.
Entre as citações, não faltaram cobranças às autoridades municipais, porém, o autor do vídeo, embora tenha sido candidato a vereador na eleição passada, disse que não teve intenção política ao fazer o filme. “Em nenhum momento pensei em política. Apenas em nós, platinenses, nas nossas famílias, crianças e idosos. Fiquei indignado essa madrugada com o fogo na árvore. O certo é que esse pessoal não pode morar na praça”, concluiu.
