EDUCAÇÃO
Redação Tribuna do Vale
Familiares de alunos com TEA (Transtorno do Espectro Autista) têm enfrentado dificuldades na hora de conseguir suporte pedagógico em algumas escolas particulares da região. O caso foi denunciado à Tribuna do Vale nesta semana.
Com o iminente início do ano letivo, pais denunciam resistência de escolas particulares em oferecer o suporte necessário, como a disponibilidade de um professor auxiliar – direito previsto na Lei Berenice Piana, de 2012, e que dita uma série de garantias aos alunos com TEA.
Os relatos dos pais trazem dificuldades já explícitas de disponibilidade desses professores auxiliares em escolas particulares em Jacarezinho, Santo Antônio da Platina e Wenceslau Braz, contrariando, portanto, uma lei.
“Em Jacarezinho a maioria das escolas privadas oferece sim professor auxiliar, assim como em Santo Antônio, mas sabemos de uma ou outra instituição que ainda se nega. Já em Wenceslau Braz o que soubemos é que tem duas escolas privadas e nenhuma das duas oferece professor auxiliar”, pontua um familiar de um aluno autista que prefere não se identificar.
“Justamente pelas dificuldades e para termos mais voz, nós pais de crianças com TEA conversamos muito entre a gente. Hoje em Jacarezinho existe até uma associação de pais. Assim podemos lutar pelos direitos de uma forma mais organizada e eficiente”, continua.
Conscientização
À reportagem da Tribuna, o entrevistado ainda explica que a maior dificuldade é na conscientização das pessoas sobre o tema. “Nosso objetivo não é comprar briga com as escolas, pelo contrário, é de sermos parceiros. Mesmo com toda informação, ainda existe um desconhecimento muito grande sobre o tema. Muitas vezes o autismo não é ‘visível’ numa criança ou adolescente, mas nem por isso deixar de existir e de acarretar em dificuldades para o portador”.
CONHECENDO O TEA
Diferente de outras condições, o autismo tem uma variação expressiva de comportamentos e demandas. Ou seja, autistas não necessariamente enfrentem rigorosamente as mesmas dificuldades.
Algumas características do autismo são mais comuns, como dificuldade de socialização, movimentos estereotipados, foco em interesses específicos, seletividade alimentar, e etc. Entretanto, outras particularidades podem variar bastante caso a caso – até porque o autismo é dividido em níveis, que vão desde casos mais leves até casos mais severos.
Dentro do âmbito escolar, esses casos também precisam ser entendidos individualmente. Nos casos mais leves, um professor auxiliar pode atender até três alunos dentro de uma sala de aula.
REFÚGIO NA REDE PÚBLICA
E esse padrão de um professor para até três alunos tem sido utilizado na rede pública, o que leva muitos especialistas a orientarem pais a levarem filhos com TEA para escolas públicas.
As crianças autistas podem ter um nível de aprendizado bem satisfatório, mas para isso dependem de estímulos específicos, que apenas um profissional capacitado e atendendo “mais de perto” pode promover.
E isto, numa sala de aula com seus 20 ou 30 alunos, é impossível obter de um professor regular dentro da sala de aula.
