Cornélio Procópio
Atendimento ao animal silvestre, com dedicação de equipe multidisciplinar e treinamento de readaptação à vida silvestre, foi feito pelo escritório regional do IAT de Cornélio Procópio em parceria com o Instituto de Pesquisa em Vida Selvagem e Meio Ambiente – Centro de Apoio à Fauna Silvestre (IPEVS-CAFS).
AEN Foto: IAT-Cornélio Procópio
Setembro foi de festa para o setor de fauna do escritório regional do Instituto Água e Terra (IAT) de Cornélio Procópio, no Norte do Paraná. Após uma saga de dez meses, os técnicos conseguiram devolver à natureza um gato-maracajá (Leopardus wiedii). A fêmea tinha pouco mais de 30 dias quando chegou ao IAT, em dezembro do ano passado, após solicitação de um morador da área rural da região que percebeu que o animal estava perdido, sem mãe, que havia morrido.
Reabilitação
Ali, em parceria com Instituto de Pesquisa em Vida Selvagem e Meio Ambiente – Centro de Apoio à Fauna Silvestre (IPEVS-CAFS), começou o longo processo de tratamento e reabilitação.
Foram meses de dedicação de uma equipe multidisciplinar, formada por biólogos, médicos veterinários e agentes de meio ambiente, para fazer com que o animal aprendesse a viver sem a mãe, mas com treinamentos voltados para readaptação à vida silvestre – o IPEVS-CAFS integra a rede de colabores do IAT para atendimento à fauna.
Lua
O convívio diário rendeu o batismo da gata-maracajá, que passou a ser chamada de Lua pelos técnicos, e muita emoção na despedida. “É um trabalho muito gratificante esse de resgate e soltura de fauna. Somos um órgão ambiental, então um dos principais objetivos é justamente esse: preservação da fauna e da flora”, afirmou o agente de execução do IAT de Cornélio Procópio, Rodrigo Araújo Carvalho.
“A soltura da Lua nos deixou satisfeitos, com o sentimento de dever cumprido porque ela foi bem adaptada pelo Instituto e tem toda capacidade para sobreviver na natureza”, ressaltou.
Hábitos
A bióloga responsável pelo IPEVS, Renata Alfredo, explica que o gato maracajá é uma espécie de felino silvestre de ocorrência em todo Brasil, com exceção da caatinga, de hábito noturno e com habilidades para escalar árvores. Tem, como característica, uma cauda mais longa do que seus membros posteriores e pelos amarelo-escuros na parte superior do corpo e na parte externa dos membros.
“Ao longo do tempo foram feitas observações comportamentais para saber se o animal tinha condições de predar e caçar. No caso da Lua, os cuidados que tivemos foi em ofertar presas similares a que ela iria encontrar na natureza, com relação ao tipo e tamanho”, disse a bióloga.
“Além disso, reproduzimos oscilações de temperatura durante o dia, a noite e estações do ano, além de questões de precipitações, como dias de chuva. Esses cuidados foram feitos de forma a reproduzir um ambiente natural dentro de um ambiente em cativeiro, para que o animal se adaptasse perfeitamente e pudesse ser solto com todo o cuidado possível”, explicou Renata.
Atendimento
Por isso, acrescentou, é importantíssimo que as pessoas entrem em contato com o IAT e com o IPEVS no caso de encontrar algum animal silvestre. “Assim, poderemos prestar o atendimento adequado para esses animais, seja ele de tratamento ou de realocação”, complementou.
IAT cria metodologia para reestabelecer fauna em área incendiada no mês passado
COMO PROCEDER
Ao avistar animais machucados ou vítimas de maus-tratos, tráfico ilegal ou cativeiro irregular, o cidadão deve entrar em contato com a Ouvidoria do IAT ou a Polícia Militar do Paraná. Se preferir, a pessoa pode ligar para o Disque Denúncia 181 e informar de forma objetiva e precisa a localização e o que aconteceu com o animal. Quanto mais detalhes sobre a ocorrência, melhor será a apuração dos fatos e mais rapidamente as equipes conseguem fazer o atendimento.