RODOVIAS
Redação Tribuna do Vale
Usuários da BR-153 e PR-092 em seus trechos no Norte Pioneiro convivem com rotinas de acidentes e congestionamentos. O alto fluxo de veículo somado às pistas simples e por vezes condições climáticas adversas formam um cenário que, quase que diariamente, se prova perigoso.
Neste fim de semana as rodovias tiveram mais um capítulo caótico neste contexto de problemas. Na tarde da sexta-feira (13) um caminhão tombou na BR-153 no trecho que estava em obras da recuperação do pavimento, na altura de Santo Antônio da Platina.
O resultado foi uma fila quilométrica que já se formava por conta das obras, em sistema “pare e siga”, somado ao trânsito causado pelo acidente, que bloqueou a rodovia nos dois sentidos por vários minutos.
Como consequência, um congestionamento de quase de 30 quilômetros de extensão se formou, levando em consideração os dois sentidos na BR-153 (em todo trecho entre Jacarezinho a Santo Antônio da Platina) e chegou até a PR-092 (no sentido Joaquim Távora – Santo Antônio da Platina).
Já no começo da noite de domingo uma tragédia na PR-092, no trecho entre Siqueira Campos e Wenceslau Braz, bloqueada por horas nos dois sentidos e novamente filas quilométricas.
Uma GM Silverado bateu de frente contra um caminhão. Um homem de 35 anos e seu filho de 10 anos, que estavam na caminhonete, morreram na hora. O motorista do caminhão não se feriu. Chovia na hora do acidente, que tem as circunstâncias investigadas.
As fatalidades do fim de semana infelizmente não são novidades. Pelo contrário: há anos as rodovias são palco de acidentes, muitos deles com vítimas fatais, e uma série de desafios a motoristas.
SATURADAS
As rodovias têm um problema claro no Norte Pioneiro: um fluxo de veículos superior à capacidade de trânsito. As pistas simples já não conseguem dar vazão ao tráfego intenso, especialmente em horários de pico.
Os trechos da BR-153 e PR-092 na região, asfaltados nos anos 70, passaram apenas por reformas em todos esses anos – e não reestruturações, como seria o necessário para uma mudança de realidade.
Com o mesmo traçado, as mesmas curvas e basicamente os mesmos trevos de uma época onde o fluxo era coisa de 10% do atual, não é difícil de imaginar o quanto as rodovias apresentam estruturas defasadas.
O cenário poderia ter sido diferente, ao menos para a BR-153, que por mais de 20 anos esteve cedida à iniciativa privada. Entretanto, apesar de ter na época um dos pedágios mais caros do Estado e do Brasil (localizado em Jacarezinho), a rodovia recebeu poucas melhorias estruturais.
Para piorar, a rodovia foi devolvida a concessão do Estado com um asfalto precário e outros graves problemas de estrutura, como a ponte sobre o Rio Ubá, por exemplo. Já a PR-092, nunca privatizada, recebeu investimentos esporádicos nas últimas décadas, registrando poucas melhorias significativas.
NOVA CONCESSÃO
Agora as duas rodovias em seus traçados no Norte Pioneiro estão sob concessão da EPR Litoral Pioneiro. Nos últimos meses já foram realizadas melhorias importantes, sendo a principal delas a recuperação da malha asfáltica. Também houve mudanças para melhorar a sinalização viária e a implantação de pontos de atendimento aos usuários.
A solução para as rodovias, entretanto, está única e exclusivamente na duplicação das pistas. Até lá, ainda que problemas sejam amenizados com outras iniciativas para melhorar o trânsito, a tendência é de que esta realidade complexa se mantenha.
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