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Ecossistema de aprendizagem leva a efetivação de mais de 80% dos jovens aprendizes em empresa paranaense

Para combater rotatividade, mercado aposta na formação e contratações de estudantes tiveram aumento de 17,5% de 2018 a 2022 no Paraná

Assessoria

“Ser efetivado após o período de aprendizagem é uma conquista importante”. A frase é do bacharel em Direito Douglas Vinicius Calatay, 23 anos, que atua na mesma empresa onde deu os primeiros passos como jovem aprendiz pelo Centro de Integração Empresa-Escola do Paraná (CIEE/PR). Ele faz parte dos 83% de aprendizes efetivados entre 2021 e 2024 na Pormade Portas, empresa paranaense que lidera o mercado de fabricação de portas prontas. O número contrasta com a realidade do mercado de trabalho do Brasil, que registra 56% de turnover no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados. Cenário ainda mais evidente quando se trata dos anos iniciais de carreira. “A oportunidade de trabalhar em um ambiente real, lidando com questões jurídicas reais, me deu uma base s&oa cute;lida para iniciar minha carreira como advogado”, conta Douglas.

Dentre os 154 jovens vinculados pelo CIEE/PR que já passaram pela Pormade Portas, 128 permaneceram na empresa após o fim do período de aprendizagem. “Só esses números já mostram o quanto vale a pena investir em aprendizagem e capacitação, ao mesmo tempo em que se oferecem oportunidades reais de desenvolvimento e se assegura um futuro promissor aos jovens”, avalia o gerente de Aprendizagem do CIEE/PR, Carlos Roberto de Almeida Santos. Para Carlos, isso indica que o objetivo do programa se cumpre: combater a evasão escolar e gerar empregabilidade. “Para aumentar as chances de jovens se inserirem no mercado de trabalho sem abandonarem os estudos, é necessário dar a devida importância à integração entre o recrutamento e o desenvolvimento de talentos”, complementa.

Menos rotatividade

Adotar um ecossistema de aprendizagem, valorizar os profissionais e criar ambientes agradáveis podem ser estratégias eficazes para evitar desistências. Ao longo dos últimos anos, o setor de RH da Pormade Portas passou a ser considerado um braço estratégico para a atração de talentos, a melhora na produtividade e o reforço da cultura organizacional. “Até o final do programa de aprendizagem, muitos desses jovens estão prontos para integrarem a empresa, por isso a taxa de efetivação é muito positiva. Só em março, quando se formou a nossa última turma, 27 dos 39 aprendizes continuaram trabalhando conosco”, explica a coordenadora de RH da empresa, Sueli Heppner.

O número de aprendizes contratados no Paraná passou de 29.083 em 2018 para 34.183 em 2022, um aumento de 17,5% em cinco anos. Os números constam na Relação Anual de Informações Sociais (Rais) do Ministério do Trabalho, levantados e organizados pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes). O crescimento dos contratos de aprendizes segue uma tendência geral do aquecimento do mercado de trabalho para jovens no Paraná. “Para os jovens, representa a oportunidade do primeiro emprego, com carteira assinada. Para as empresas, é a chance de capacitar uma mão de obra comprometida desde cedo, que no futuro poderá ocupar diversas funções dentro da organização”, pontua Carlos.

Força jovem

Os jovens aprendizes, entre 14 e 24 anos, representam uma parcela crucial da força de trabalho em formação. Contratados de acordo com a Lei 10.097/2000, eles participam de cursos profissionalizantes, alinhando teoria e prática no ambiente de trabalho. As jornadas de trabalho são adaptadas aos estudos, com 4 a 6 horas diárias, e as empresas que adotam esse modelo são obrigadas a destinar entre 5% e 15% de suas vagas para aprendizes. Segundo Carlos, programas de aprendizagem são a forma ideal de entrada no mercado de trabalho para jovens que precisam conciliar escola e emprego. “A contratação acontece formalmente, por meio da Consolidação das Leis de Trabalho (CLT), o que garante horário reduzido para estudantes”, detalha.

Todos os cursos ofertados pelo programa de aprendizagem do CIEE/PR são realizados de forma simultânea com a imersão nas empresas. Como é o caso dos jovens que atuam na Pormade Portas, que contam com instrutores capacitados para utilizar métodos de ensino adaptados ao mundo dos jovens, aliando com facilidade a teoria com a prática vivenciada nas empresas, contribuindo com o desenvolvimento e crescimento pessoal e profissional dos aprendizes. “Os jovens são integrados a cada setor de acordo com seu perfil e formação. E durante essa imersão na rotina de trabalho, garantimos todas as condições para que desempenhem com excelência suas atividades”, afirma Sueli.

Investir no jovem, na educação e nos potenciais de cada aprendiz é fundamental para o futuro do mercado de trabalho. “Desde que comecei como aprendiz, notei um crescimento significativo na minha carreira profissional. A experiência no setor jurídico me permitiu desenvolver habilidades práticas que complementam minha formação em Direito. Além disso, vivenciar o ambiente corporativo me ajudou a desenvolver habilidades úteis para toda a minha carreira. A troca de experiências com os profissionais foi muito enriquecedora e contribuiu para meu crescimento pessoal e profissional”, encerra Douglas.

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