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Para 7/9, os cuidados que faltaram a 8/1

A festa de 7 de Setembro, na quinta-feira, em Brasília, será protegida pela Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal com o reforço da Força Na final de Segurança e a participação no seu planejamento do Ministério da Justiça, Congresso Nacional, Supremo Tribunal Federal e outros órgãos dos Três Poderes. Montou-se agora a estrutura necessária à segurança do evento, que foi negligenciada em 8 de janeiro e acabou por ensejar as invasões e o quebra-quebra do Palácio do Planalto, Congresso Nacional e STF. Houvesse um esquema de segurança ativo no fatídico dia, nada teria ocorrido pois os atacantes teriam sido contidos antes de chegarem aos palácios.
Salvo melhor juízo, os distúrbios de janeiro eram crimes previamente anunciados decorrentes da nefasta polarização que há pelo menos dez anos bestializa a política brasileira. Os dois lados da contenda conheciam os riscos, mas sonharam poder (ou conseguir) colocar a culpa nas costas do adversário. Deve ser por isso que os alertas da ABIN (Agência Brasileira de Inteligência) sobre o problema foram simplesmente ignoradas e a segurança reduzida em vez de reforçada.
Agora se faz aparentemente o certo no que toca à integridade da festa e da Esplanada dos Ministérios. Preocupa apenas o propósito anunciado do governo petista de “resgatar” o verde-e-amarelo que, na fala de governistas, teria sido sequestrado por Jair Bolsonaro durante os anos do seu governo.
Combinemos que as cores nacionais são superiores às de representação de qualquer partido político. Elas representam toda a Nação e não a parcela partidária separada por ideologia, regionalismo ou qualquer outra excludente. É tê-las na vestimenta não é garantia de sucesso eleitoral; tanto que Bolsonaro, mesmo estando no poder, perdeu a eleição.
Sobre 8 de janeiro, o que se espera é que os senadores e deputados da CPMI em andamento no Congresso tenham a independência, a força e a dignidade de identificar quem montou e custeou aquela balbúrdia e seus objetivos. Eles precisam ser retirados da zona de conforto, sejam de direita, esquerda centro ou qualquer posição intermediária. O que não pode é restar para a história a insustentável e incomprovada versão de que aquilo foi uma tratativa de golpe de Estado. Se foi, é preciso comprovar e mover os rigores da lei contra quem cometeu esse crime… 

Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves – dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo) 
aspomilpm@terra.com.br

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