By Cacalo Kfouri
Decisão da Justiça não se discute.
Cumpre-se! Mas pode estranhar? Ou, ao menos, fazer umas perguntinhas a respeito? O inefável presidente da Câmara, Arthur Lira, diferentemente do que acontece com aqueles que furtam dois quilos de carne em um supermercado, vem escapando de todas as ações movidas contra ele. Se vai mal na primeira instância, sai ileso na segunda e, finalmente, na mais alta de todas, o STF.
Na decisão mais recente, foi livrado por Gilmar Mendes no STF em nome do (desa)foro privilegiado, benesse criada para proteger parlamentares e outras autoridades em casos que envolvam fatos acontecidos no exercício da atividade. O problema está na amplidão do que se entende por “fatos acontecidos no exercício da atividade”. Este, especificamente, é o de desvio de verbas do Fundo Nacional para Desenvolvimento da Educação para a compra paga mas sem entrega dos kits robótica. O íntimo assessor dele foi pego pela Polícia Federal, o nome de Arthur aparece em uma estranha lista de pagamentos e tudo foi paralisado em nome do “foro privilegiado”. Segundo GM, o plenário precisar decidir se o “foro” do deputado federal não foi desrespeitado.
Por que a mesma dúvida não é levantada no caso daquele que furtou dois kg de carne, a fome desprivilegiada dele não vale nada? O cidadão fica preso durante um tempão até que se decida que se tratou de furto famélico?
O que chama a atenção no caso específico é o fato de que o ministro e o parlamentar encontraram-se em um evento em Lisboa, a aprazível capital do país de nossos descobridores, pouco antes da decisão.. Foi na 11ª edição do Fórum Jurídico de Lisboa, cujo tema central em 2023 foi “Governança e Constitucionalismo Digital”. Um dos organizadores do encontro é o Instituto Brasiliense de Direito Público, cujo sócio-fundador é… o ministro Gilmar Mendes. Lira comemorou seus 54 anos com um encontro em um bar lisboesta, GM estava entre os presentes.
Se juridicamente a decisão está correta, para grande parte das pessoas, as leigas no assunto, cria uma estranheza enorme.
Não seria melhor que o ministro se considerasse impedido?
Uma “estranhura” que parou pelo caminho
Un avvocato multo amiche de 01, Willer de Souza, que já se hospedou em uma cela devido a uma delação de Joesley Batista (JBS), no país em que nada surpreende por mais absurdo que seja, pretendia ocupar uma vaga no Conselho Nacional de Justiça. JB arrependeu-se da denúncia, WS foi solto e a ação na Justiça, extinta.
Mas desistiu da façanha. Ele nega que tenha pretendido o lugar, mas há um grande número de deputados que negam a negação. Arthur Lira disse que não tinha decidido nada a respeito da pretensão de seu advogado – sim, ele mesmo – WS.
Agora, a pessoa cotada é a chefe de gabinete do ministro Dias Toffoli, Daiane Nogueira de Lira.
Mais um caso diferente das paralelas,
as retas que se encontram no infinito. Esquerda e direita se confraternizam por aqui mesmo, por que ir tão longe?
A ínclita e nunca envolvida em malfeitos Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) bancou, no mínimo, 73 cabos eleitorais de 17 candidatos a deputado de partidos de esquerda nas últimas eleições. Foram R$787 mil de dinheiro público desviados.
Por mera coincidência, gastou mais que o dobro, R$ 2 milhões, com aliados da cúpula do PL e um assessor de 02, o vereador que não vereia. passeia. Afinal, o governador do estado, Cláudio Costa, é do mesmo time.
Nessas horas, a bolsonalha até gosta da educação…
Eles todos mentem
A sorte deles é que, diferentemente de Pinóquio, os narizes não crescem. O da vez, general nada augusto e muito menos heleno, ex-chefe do Gabinete de Segurança Interna bozista, “petou” ao Congresso quando forneceu dados a respeito do uso que a famiglicia fez de aviões da FAB enquanto conspurcaram o ambiente do Palácio do Planalto. Ele disse que Micheque viajou à custa dos impostos pagos pelos trabalhadores somente por duas vezes, mas a atual chefia do GSI desmente quem mente. Em 2019, Micheque, comprovadamente, viajou sete vezes usando aviões da FAB.
Até 04, Jair Renan, aproveitou-se da FAB.
Cobrado pela discrepância, o general, como fazem todos os pegos na mentchura, disse não ter nada a declarar.
Melhor assim, iria mentir de novo…
Mein Got
Antes ouvir do que ser surdo (pode ou tem de ser pessoa em situação de dificuldade para escutar?). No Jornal da GloboNews Edição das 18h, o senador petista Jaques Wagner teceu loas à atuação do ex-PGc, procurador-geral do coiso, Aras, aras, vejam só.
O que este pessoal não faz para azeitar a situação… Como dizia um vizinho dos velhos tempos, “Que falta de absurdo!”.
(CACALO KFOURI)
