Após perder R$ 15 mil em golpe, mãe pede socorro para pagar plano de saúde do filho doente. Chave do Pix é 43999182947
Gladys Santoro Biaggioni – Tá no Site
Precisando de R$ 2 mil para quitar parcelas atrasadas do plano de saúde de seu filho, Josyele Jerônimo dos Anjos, 37, separada, desempregada e com três filhos para criar, acabou recorrendo a uma conhecida, que se dizia agente financeira para empréstimos consignados, e caiu em um golpe dentro de sua própria casa.
A suposta agente realizou todos os procedimentos, inclusive fotos do filho de Josyele, Paulo Ricardo, que recebe auxílio da previdência social por ter vários problemas de saúde, e também de seus documentos junto ao INSS, e conseguiu um empréstimo no valor de mais de R$ 15 mil em cima do benefício de Paulo Ricardo.
Ao ser notificada que o dinheiro já havia caído na conta, a mãe de Paulo verificou que o valor era muito superior ao que havia solicitado, e entrou em contato com a agente, que disse que o problema era fácil de resolver, bastando fazer a devolução do valor.
“Solícita”, a agente foi até a casa de Josyele e lá mesmo realizou a “devolução” do valor, porém, não ao banco e sim na conta de outra mulher. “Ela ainda deixou R$ 700 na conta e disse que era uma maneira do banco se desculpar pelos transtornos causados. Fiquei feliz e fui correndo ao supermercado fazer compras para casa. Quem me alertou foi a gerente do Banco Itaú, quando fui até lá para abrir uma conta corrente para meu filho. Contei para ela o ocorrido e ela pediu para ver o documento da transferência do dinheiro e percebeu que não havia sido feito ao banco que fez o empréstimo e sim a uma pessoa física”, contou.
Plano de Saúde
“Meu maior desespero é que eu queria um empréstimo de R$ 2 mil para pagar o plano de saúde do meu filho e iria pagar parcelas mensais de aproximadamente R$ 80. Agora, com esses R$ 15 mil, que nem estão mais na minha conta, tenho 84 parcelas de mais de R$ 400 para pagar. Estou desempregada, vivo de bicos e também cuido de idosos. Não tenho como arcar com essa dívida, e agora, também não tenho como pagar o plano de saúde de meu filho. Ele já fez diversas cirurgias e tem muitas outras para fazer, e ainda frequenta psiquiatra e toma remédios fortes. Essa mulher conhece minhas condições financeiras, esteve na minha casa. Sabe que eu moro em dois cômodos. Como pode fazer isso com minha família?”, desabafou.
Polícia – Alguns detalhes dessa história, como nome da estelionatária, e do banco que fez o empréstimo estão sendo preservados nesse momento, porque o caso está na Polícia Civil e também tem um advogado que vai tentar ajudar Josyele. “Prefiro nesse momento, não revelar os nomes, porque pode atrapalhar o trabalho da polícia e do advogado”, comentou.
Saúde – O filho de Josyele, Paulo Ricardo, 18, recebe auxilio doença da Previdência Social há pouco mais de um ano, no valor de R$ 1.300, porque tem problemas com o quadril, com dificuldades para andar e já passou por cirurgias em uma das pernas. Agora, tem que operar a outra perna. “Preciso do plano de saúde porque não tenho como arcar com o tratamento dele. Precisei operar o intestino e fiquei desempregada, por isso deixei de pagar as três últimas parcelas do plano de saúde. Eu precisava dos R$ 2 mil para colocar o convênio de meu filho em dia. Se for cortado, ele não poderá dar continuidade nos tratamentos”, explicou.
Confiança – Josyele disse que conhecia a agente financeira. “Ela já havia conseguido alguns empréstimos consignados para minha mãe e nunca tivemos problemas. Quando precisei procurei por alguém de minha confiança e fui atrás dela. Ela esteve em casa, fez as fotos do meu filho e dos documentos dele para apresentar ao banco. Depois, quando eu avisei que tinha sido depositado muito mais dinheiro do que eu havia pedido, ela foi pessoalmente em casa para fazer a devolução. Nunca imaginei que ela estava transferindo o dinheiro para outra pessoa. Enfim, fiquei sem o dinheiro e com 84 prestações de mais de R$ 400 para pagar”, lamentou.
Movimentação estranha – Segundo Josyele, o banco que fez o empréstimo levantou a ficha da mulher que recebeu o dinheiro. “A conta dela tem uma movimentação de mais de 30 depósitos feitos por meio de transferências. Ou seja, ela já vem praticando esse golpe há bastante tempo”, comentou.
Delegado – Todo o problema de Josyele e do filho Paulo Ricardo foi relato em um Boletim de Ocorrência na Delegacia da Polícia Civil de Santo Antônio da Platina. Procurado pela reportagem, o delegado titular, Rafael Guimarães disse que todas as pessoas citadas no BO serão ouvidas e aproveitou para fazer um alerta: “Esse tipo de golpe tem se tornado cada vez mais comum. Além da astúcia do golpista, há também falta de atenção das vítimas. Tem que se certificar com quem você está conversando e, de preferência, ir pessoalmente nas financeiras. Prestar atenção nos endereços eletrônicos. Instituições financeiras não usam e-mail comuns como Gmail, por exemplo. Também verificar a procedência das ligações. Os golpistas ainda costumam usar ‘laranjas’ para concluir o golpe. Então, é preciso ficar muito atento em todos os aspectos dessas transações financeiras, porque depois fica difícil recuperar o dinheiro”, alertou.
A reportagem procurou o advogado citado pela vítima, mas até o fechamento dessa matéria, ele não havia retornado às mensagens. O Portal Tá No Site fica à disposição dele para mais informações.
Ajuda – Quem puder ajudar Josyele a pagar, pelo menos, os três meses de parcelas do plano de saúde de seu filho que estão atrasadas, pode passar um Pix de qualquer valor pela chave número 43999182947.