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S. A. Platina – Mais de 42% das crianças de 0 a 3 anos estão sem creche

Em desespero, mães são impedidas de trabalhar porque não tem onde deixar seus filhos

Crédito: primeirainfancia.com

Da redação

Suzana (nome fictício), 30 anos, mãe de dois filhos, o menor, de sete meses, vivia uma vida relativamente tranquila, embora as dificuldades financeiras, até que o marido desapareceu sem dar notícias. Ela ficou sozinha, com os dois filhos pequenos, sem ter de onde tirar o sustento para alimentá-los.

Morando de aluguel, numa pequena casa na periferia de Santo Antônio da Platina, ela passou a viver o drama de residir numa cidade em que o poder público é incapaz de prover as necessidades básicas de sua população mais pobre.

Ela passou a procurar desesperadamente por um emprego, qualquer que fosse, desde que lhe permitisse o mínimo para evitar que os filhos vivam o drama da fome. O filho mais velho, com oito anos, já estuda e frequenta uma creche no contraturno. Já o pequeno, deveria ser matriculado em regime integral numa creche para crianças com menos de 3 anos de idade.

Ela conta que a primeira frustração ocorreu ao tentar matricular o bebê, quando foi informada de que não havia vagas naquele momento e sequer previsão de solução a curto prazo. Orientada, procurou o Conselho Tutelar, mas o que ouviu só amplificou sua frustração. Não há vagas para crianças de 0 a 3 anos e possibilidade remota de conseguir matricular o filho até o início do ano letivo de 2023.

Suzana entrou em desespero e procurou a redação da Tribuna do Vale que a acompanhou no Conselho Tutelar. No momento da visita a reportagem entrou em contato com a Secretaria de Educação que confirmou as informações passadas pela mãe: sem chances de vaga a curto e médio prazo.

Uma funcionária da Secretaria de Educação revelou que, de acordo com o balanço do mês passado, existe uma fila de espera de 229 crianças. Esse número representa 42,27% das atuais vagas ocupadas, correspondendo a 538 crianças de 0 a 3 anos.

Diante do quadro desolador, a derradeira esperança da mãe desesperada está no Ministério Público Estadual (MPPR), última porta em que dezenas de outros pais batem, mas ao que parece, sem solução, já que, mesmo diante da atuação dos promotores de justiça, a situação está longe de uma solução.

Enquanto isso mães ficam sem trabalho, crianças sem escola e o conceito de justiça social, continua apenas uma teoria, linda, mas apenas ficção.

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