São 400 mil vagas para pilotos de linha aérea e 100 mil para caminhoneiros.
As duas categorias profissionais estão enfrentando escassez de mão de obra qualificada e, nos dois casos, o envelhecimento dos profissionais e a consequente aposentadoria tem sido um dos motivos para desfalque nos quadros das empresas. Atualmente, poucos são os jovens que tem se interessado em exercer essas profissões quer seja pelo alto custo e o tempo necessário para a formação profissional como é o caso dos pilotos ou, pela falta de interesse em passar dias longe da família mesmo com as ofertas dos salários das duas categorias serem bem atrativas.
No caso dos caminhoneiros os ganhos são calculados por horas trabalhadas ou por milhas rodadas e pode resultar em um salário mensal de cerca de 6 mil dólares por mês, cerca de 30 mil reais. Hoje, existem no país cerca de 35 mil empresas de transporte e logística. O candidato a uma vaga deve ter experiência como caminhoneiro e um nível intermediário de Inglês para que ele possa conhecer e falar sobre peças, funcionamento do caminhão e fazer o exame no DMV ( departamento de trânsito) escrito e prático que seria a prova de manobra e direção para ter a licença de motorista.
Apelar para mão de obra estrangeira tem sido o caminho encontrado pelas empresas, “Com isso o governo americano passou a facilitar a entrada de trabalhadores. O Departamento do Trabalho e o Departamento de Segurança Interna do país liberaram 35 mil vistos H-2B para trabalhadores temporários”, conta Alexandre Piquet, da Piquet Law Firm. Ele, ainda, destaca que com essa permissão o trabalhador pode entrar no país com toda a família, desde que os filhos tenham menos de 21 anos. “ O prazo para a entrada com o processo do visto H-2B termina em 30 de setembro. O visto H-2B tem validade de até 3 anos, depois disso é preciso sair do país e esperar – no mínimo – 3 meses para depois poder voltar e solicitar uma nova permanência usando o H-2B novamente. “, explica Piquet
Mas, se o caminhoneiro quiser fixar residência nos EUA, sempre é possível pedir ajuste de status. Aí, Alexandre Piquet, esclarece que -“ O empregador informa ao departamento de imigração que não há mão de obra americana disponível e solicita o green card através do EB-3 unskilled , um processo onde a empresa interessada no trabalhador deve se responsabilizar como sponsor, ou seja, como garantidora dos recursos financeiros para que o caminhoneiro possa sustentar a ele e a família”.
Um processo diferente dos pilotos de linha aérea que podem solicitar o green card com o visto EB2-NIW destinado aos profissionais considerados em escassez no país.
A falta desses profissionais esta impactando na vida não só dos que moram nos Estados Unidos mas, também, de um grande número de turistas provocando uma reação em cadeia de prejuízos. Um exemplo de quanto a falta destes profissionais está afetando a economia americana é o que aconteceu no último domingo quando cerca de de 730 voos foram cancelados em todo o país. E, a previsão é que por falta de tripulação neste verão cerca de 40% da frota aérea comercial dos EUA fique no chão, daí a urgência em conseguir estes profissionais, destaca Alexandre Piquet.
No caso dos pilotos de linha aérea, cujos salários podem ficar entre 100 e 160 mil dólares por ano, o equivalente a mais de 800 mil reais, o candidato deve ter pelo menos 2.500 horas de voo em aviação comercial. E, para solicitar oi visto EB2-NIW, Piquet, explica que não é preciso ter a carteira da FAA – a Administração Federal de Aviação , o início da certificação pode ser feito em paralelo ao pedido de green card.
Eleonora Paschoal – Jornalista