Tudo o que ela conseguiu juntar com muito trabalho foi destruído por ex-marido inconformado com separação
Da Redação
Uma mulher de 34 anos, residente em Joaquim Távora, que durante 15 anos sofreu todo tipo de violência doméstica por parte do marido, principalmente psicológica, resolveu pôr um fim ao sofrimento separando-se do homem. Boa parte da tortura que vivenciou, segundo relatos de uma amiga próxima, deveu-se ao fato de que não pode engravidar em razão de uma anomalia orgânica.
Depois de mais de uma década de tortura, decidiu pela separação. Ele saiu de casa e foi morar com parentes, enquanto ela ficou na pequena casa, cujos móveis e eletrodomésticos foram comprados com seu trabalho e muito sacrifício.
Mas tudo o que ela conseguiu juntar, o ex-marido destruiu em minutos, num momento de fúria incontrolável. Ele invadiu a casa e a história só não teve um desfecho ainda mais trágico porque a moça conseguiu fugir a tempo.
Sem resistência, o homem, no alto de sua covardia, destruiu tudo o que encontrou pela frente, não deixando escapar nada. Vasos sanitários, pias, eletrodomésticos, tudo foi quebrado, dando a impressão que foi meticuloso, massacrando tudo.
O computador, por exemplo, teve seus componentes arrancados um a um e transformados em micro pedaços. Os equipamentos de internet foram esmagados. Equipamentos de cozinha, dos dormitórios, roupas, tudo. Não sobrou nada!
“Ela precisa de doações pra dar uma reformada nas paredes e no banheiro e pra fazer nem que seja uma cerca de pau a pique para impedir aquele mostro a entrar mais lá e quebrar tudo de novo”, diz uma amiga que entrou em contato com a reportagem, concluindo: “Sim ele é violento e está com a desculpa de estar com depressão, toma remédio controlado e mistura com cachaça. Ele foi pra bater nela, mas ela conseguiu fugir”
A denunciante diz que chamou a polícia, “os policiais que vieram atender a ocorrência disseram pra ele e pra mãe dele que não ia dar nada pra ele porque tudo que quebrou ele também tinha comprado. Só que não ele nunca comprou nada, tudo q tinha dentro da casa ela comprou a duras prestações e muitas doações de amigos, incluindo eu”.
“Eu fui com ela na delegacia pra fazer uma medida protetiva e denunciar os policiais, um eu identifiquei o que se chama Faustino. O outro não sei quem é, mas não pude entrar com ela. Me disseram que eu não poderia entrar. Quando ela saiu pra fora ela me falou que eles a aconselharam a não fazer a denúncia dos policiais porque seria mais uma complicação pra ela e não iria dar em nada. Eu não entendo nada dessas coisas de justiça e nem sei o q fazer”, desabafou
Uma outra amiga que participa da campanha para ajudar a agredida, assinalou: “Essa moça tem 34 anos e fazia 15 anos que era casada com o agressor. Desde que se casou vinha sofrendo tortura psicológica dele e dos sogros, por não poder ter filho. O sonho dela é de ser mãe, então o sogro, sogra e o marido pegaram no ponto fraco dela. Presenciei comentários tipo árvore seca, entre outras comparações revelando preconceito”.
Tortura psicológica
Ainda segundo a amiga, a vítima sofria agressões frequentemente. “A sogra dizia que se a nora fosse a Eva (personagem bíblico) não tinha gente em cima da terra e muitos outros comentários que pra eles poderia ser uma brincadeira, mas eu via a dor estampada no rosto dela”.
Campanha
Para livrar a vítima das agressões, um grupo de amigos está desenvolvendo uma campanha de doações nas redes sociais para conserto da casa, aquisição de móveis. Para evitar novas agressões, uma amiga providenciou sua saída da cidade e ela está abrigada em casa de uma outra amiga até que possa voltar com segurança e sua casa em condições de ser habitada.